"Tomámos a decisão de sair do negócios dos dólares e outros negócios 'off-shore' que oferecemos aos bancos comerciais angolanos", disse o banco à agência financeira Bloomberg, que salienta que esta decisão relaciona-se com uma reavaliação das relações dos bancos da marca com outros no sentido de cumprir os padrões internacionais.
Angola está entre os 20 países mais corruptos do mundo, estando em 161.º lugar em 175 países analisados pela Transparência Internacional no Índice de Percepção da Corrupção relativo a 2014, lembra a agência financeira
O Banco da América decidiu suspender o fornecimento de dólares a África, disse duas pessoas com conhecimento da matéria, mas que não podem identificar-se, segundo a agência Bloomberg.
"Continuamos empenhados em Angola e em continuar a crescer no país, incluindo na parceira com a Empresa Nacional de Seguros de Angola, disse o Standard Chartered, acrescentando que "estas restrições não afectam as operações em kwanzas nem outras actividades interbancárias".
A decisão do banco londrino surge depois de esta instituição financeira ter sido multada em 667 milhões de dólares em 2012 por furar as sanções norte-americanas ao Iraque e no ano passado ter concordado em pagar 300 milhões de dólares por não ter assinalado transacções suspeitas, o que levou à instauração de um conjunto de medidas, incluindo a contratação de especialistas de inteligência para analisar as operações mais vulneráveis do banco.
Angola está a encorajar a utilização de euros para contrabalançar o uso generalizado de dólares, no seguimento da desvalorização do kwanza, cuja taxa oficial caiu 30 por cento para 133,90 contra o dólar, mas que no mercado informal chega a pagar 270 kwanzas por dólar, quando em Setembro o valor era 230 kwanzas.
O Banco Angolano de Investimentos (BAI), o maior banco privado em Angola, está a restringir o levantamento de dólares e na semana passada avisou que desde segunda-feira que não teria mais notas para entregar.
De acordo com uma fonte não identificada, os clientes do BAI estão impedidos de levantar mais do que 2 mil dólares por semana, noticiou a Lusa na semana passada.
O banco não comentou oficialmente esta informação, mas de acordo com o Banco Rand Merchant, uma unidade do sul-africano FirstRand, o fornecimento de dólares a bancos angolanos foi descontinuado desde segunda-feira porque o banco norte-americano que fornece os dólares avisou no final de Outubro que deixaria de entregar notas até ao final de Novembro, sem apresentar o motivo para esta alteração.
Os clientes do Banco Fomento Angola, por seu lado, são obrigados a converter o valor que querem levantar em dólares em kwanzas à taxa oficial, confirmou um funcionário do banco, que pediu para não ser identificado.
