Os números foram divulgados pela empresa no âmbito da participação na segunda edição da ExpoIndústria, feira angolana que arranca na quinta-feira em Luanda com dezenas de expositores, sob o lema "Indústria nacional motor da mudança".
O projecto Biocom - Bionergia de Angola assenta na produção de açúcar e etanol, mas também de electricidade para consumo próprio e escoando o excedente para a rede eléctrica nacional.
Instalada no município de Cacuso, a 75 quilómetros da cidade de Malanje (província com o mesmo nome no norte de Angola), a Biocom é um dos maiores projectos agro-industriais do país, liderada pelo grupo brasileiro Odebrecht, que detém 40 por cento do capital da sociedade, na mesma percentagem do grupo Cochan e ainda com a petrolífera Sonangol (20 por cento).
Até Setembro, naquela que será a segunda safra, alcançou a produção de 24.770 toneladas de açúcar cristal branco e 10.243 metros cúbicos de etanol. Esta produção garantirá ainda 70.000 MWh de energia eléctrica, sendo que 33.000 MWh ainda serão produzidos até Março 2016, informou a empresa.
Com quase 2900 trabalhadores, o parque industrial da Biocom ocupa uma área de 81.201 hectares, dos quais 70.106 hectares de produção agrícola, que arrancou em 2014.
Só a primeira fase do projecto representou um investimento de 750 milhões de dólares, enquanto a seguinte chegará aos 520 milhões de dólares, contando com uma garantia soberana do Estado angolano ao financiamento bancário necessário.
O empreendimento é classificado pelo Governo como importante "para a redução do défice energético existente na região de Malanje e Sistema Norte, assim como na diversificação das fontes energéticas existentes".
A produção de electricidade - cerca de 120 MegaWatts, a injectar na rede pública - arrancou este ano, segundo informação anterior da administração da Biocom, enquanto o "Açúcar Kapanda", a marca própria, também já começou a ser comercializado.
Para 2019, perspectiva-se uma produção anual de 256 mil toneladas de açúcar e de 30 milhões de litros de etanol, além de energia eléctrica que será utilizada para o reforço da linha de alta tensão de Capanda/Cacuso, abastecedora do município e da cidade de Malanje.