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Sonangol já encaixou mais de seis mil milhões com o petróleo este ano

As receitas da petrolífera angolana Sonangol com a exportação de crude deverão cair para cerca de metade em 2015, face ao ano anterior, tendo em conta a evolução das contas até Outubro.

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De acordo com um relatório mensal do Ministério das Finanças a que a Lusa teve hoje acesso, a Sonangol registou lucros de 819 mil milhões de kwanzas (6,1 mil milhões de dólares) entre Janeiro e Outubro, com a exportação de petróleo.

O nosso país vive um ano marcado pela forte crise financeira e económica, decorrente da quebra na cotação internacional do barril de crude.

Este registo para dez meses fica já acima da previsão incluída no Orçamento Geral do Estado para 2015, que apontava para lucros da concessionária estatal na ordem dos 800 mil milhões de kwanzas em todo o ano. Ainda assim, muito abaixo do que previam as contas públicas de 2014, então fixadas em 1,99 biliões de kwanzas.

Em Outubro, no discurso anual do chefe de Estado, na Assembleia Nacional, sobre o Estado da Nação - lido pelo vice-Presidente Manuel Vicente devido a uma "indisposição" de José Eduardo dos Santos - foi anunciada uma reestruturação do grupo Sonangol, que em Portugal tem participações directas e indirectas no Millennium BCP e na Galp.

"O Executivo criou também uma Comissão de Avaliação para estudar a situação da Sonangol e do sector dos petróleos e propor as bases da sua reestruturação e um modelo de gestão mais eficaz e eficiente", disse Manuel Vicente, que foi precisamente Presidente do Conselho de Administração da Sonangol.

Em conferência de imprensa realizada a 13 de Julho em Luanda, o presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Francisco de Lemos José Maria, negou notícias de então, que apontavam para a falência da petrolífera estatal.

"Qualquer estado de falência ou de bancarrota teria que implicar que, num só ano, a Sonangol registasse prejuízo de 22 mil milhões de dólares, o que é virtualmente impossível de acontecer. Num só ano, mesmo num período de quatro ou cinco anos", afirmou Francisco de Lemos José Maria.

Acrescentou, para justificar a "estabilidade" e "robustez operacional" da empresa, que a Sonangol possuía, à data, um nível geral de endividamento actual de 13.786 milhões de dólares, contra um património superior a 21.988 milhões de dólares, conferindo uma alavancagem "suficientemente estável" e superior a 63 por cento.

Além disso, a Sonangol registou a 31 de Dezembro de 2014 um lucro operacional (EBITDA) superior em 1.650 milhões de dólares à sua dívida líquida, revelando "a sustentabilidade operacional do endividamento e a preservação de liquidez suficiente para as adversidades conjunturais", nomeadamente a baixa da cotação internacional o crude.

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