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Gestão do novo aeroporto de Luanda deve ficar isenta de “interferências políticas”

O analista político e social Albino Pakissi pediu hoje que a gestão do Novo Aeroporto Internacional de Luanda (NAIL) fique fora de "interferências políticas", acreditando que a infraestrutura será uma mais-valia para o país e para a região.

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"O entendimento tem sido de que nós precisamos de nos posicionar aqui na região da SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral] e a grande verdade é que os outros países da região têm dado esses passos e, portanto, sendo Angola um país com relevância nesta parte do continente, penso que o NAIL faz todo sentido", disse o analista à Lusa.

De acordo com Albino Pakissi, apesar do NAIL, cuja inauguração está agendada para Sexta-feira, ter levado mais de dez anos para a sua conclusão, a estrutura constitui uma mais-valia, sobretudo para o fomento do turismo a nível do país.

Pakissi considerou que, para se potenciar a infraestrutura, que custou aos cofres do Estado 2,5 mil milhões de dólares, as autoridades precisarão de trabalhar mais, sobretudo para a garantia regular de voos diários, de carga ou de passageiros.

"Precisamos trabalhar a nossa realidade do ponto de vista da transportação dos turistas, da sua acomodação e da oferta hoteleira, mas acredito que o Governo angolano estará preparado para trabalhar nesta realidade", frisou.

O NAIL, segundo as autoridades, terá uma capacidade para receber 15 milhões de passageiros/ano, entre passageiros internacionais e domésticos, e está projetado para manusear 50 mil toneladas de carga/ano.

Albino Pakissi insistiu que a nova unidade aeroportuária será uma mais-valia pelo facto de a mesma estar localizada numa zona virgem, que poderá ser desenvolvida, e com grandes valências turísticas.

Por outro lado, disse acreditar que "o Governo está a preparar condições de transportação e circulação das pessoas que vêm ao aeroporto", o que "vai aumentar a circulação da cidade".

Este aeroporto internacional, denominado "Dr. António Agostinho Neto", em homenagem ao primeiro Presidente angolano, está localizado a 45 quilómetros a sudeste do centro da capital, no território da comuna de Bom Jesus, município do Icolo e Bengo.

O conhecido analista angolano recordou que um concurso internacional será realizado para a gestão do NAIL, e defendeu que, se a infraestrutura "for gerida pelos melhores", será uma placa giratória.

Albino Pakissi exortou ao "fim de interferências políticas", sublinhando ser "preciso não misturar política com empresariado".

"Porque nós temos um problema hoje, em que muito dos nossos políticos, inclusive no activo e que estão no Governo, interferem quando os empresários aparecem para fazer do seu melhor", notou.

Para o analista, "se houver vontade de os políticos não se misturarem com o empresariado", e se forem estes "a fazer e não os políticos", Angola vai ter "uma grande placa giratória, contudo devem ser os empresários a fazer e não os políticos".

O ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, disse, na última semana, que o NAIL vai iniciar operações de forma gradual, priorizando as operações de carga este ano e em finais do primeiro trimestre de 2024 deve receber os primeiros voos domésticos e posteriormente voos internacionais.

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