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Ossadas do general ‘Bakalof’ entregues à família

A Comissão para Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP) entregou, esta Quarta-feira, os restos mortais do general de exército Eduardo Ernesto Gomes ‘Bakalof’, uma das vítimas do conflito político do 27 de Maio de 1977, aos seus familiares.

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Os restos mortais foram entregues à família, segundo a Angop, pelas mãos da ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, uma das individualidades presente na cerimónia, que teve lugar no Quartel General do Exército.

Também o ministro do Interior, Eugénio Laborinho, assinalou presença no acto que foi presidido por Marcy Lopes, ministro da Justiça e dos Direitos Humanos.

Na ocasião, Laborinho reiterou o compromisso do Governo "na localização, determinação e entrega das ossadas das vítimas dos conflitos políticos do '27 de Maio' às suas famílias e ente-queridos", segundo refere um comunicado do Ministério do Interior, a que o VerAngola teve acesso.

Citado na nota, o titular da pasta do Interior disse que "estes resultados foram obtidos com a utilização de meios e equipamentos modernos adquiridos pelo Executivo angolano, no âmbito da modernização e apetrechamento do Laboratório Central de Criminalística do SIC".

Disse estarem "convictos que este exercício" vai "encerrar um capítulo dos tristes acontecimentos daquela época", bem como trazer paz "à alma das vítimas" e conforto às famílias.

"Estamos convictos que este exercício irá, seguramente, encerrar um capítulo dos tristes acontecimentos daquela época, dar paz à alma das vítimas, confortar às famílias enlutadas e contribuir para o processo contínuo da reconciliação nacional", afirmou.

Por sua vez, Marcy Lopes, também coordenador da CIVICOP, disse que "para o alcance do desiderato a comissão e os seus órgãos internos têm-se envolvido incansavelmente em operações difíceis de localização e exumação dos restos mortais" dos compatriotas, "com o propósito de devolvê-los às famílias para a realização de um funeral condigno", lê-se no comunicado.

O ministro também "pediu paciência" visto que se trata de um "processo sensível de elevada responsabilidade e complexidade".

Também a filha do general 'Bakalof', Sónia Francisco, tomou a palavra na cerimónia. Segundo a nota, na ocasião, disse que "o gesto do Governo é louvável, porque acalenta o seu coração em saber, definitivamente, que seu pai descansa na eternidade".

"Já passamos por um período muito complicado. Muitas vezes os outros falavam dos seus pais vivos, e nós tínhamos que falar dele morto ou desaparecido. Como filha, não tinha noção de onde estava o corpo do meu pai", disse.

Citada pela Angop, contou que por vezes surgiam pessoas a afirmar que o seu pai estava vivo e outros brincavam mandando cartas anónimas a dizer que o tinham visto noutros países. "Brincavam com a minha família, e tinha muita gente aproveitar-se disso", afirmou.

"Com este acto, já nos sentimos melhor, principalmente a minha irmã mais nova, porque quando o meu pai foi preso ela só tinha um mês de vida, e hoje tem 46 anos de idade", acrescentou, citada pela Angop.

Segundo o Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, a inumação dos restos mortais do general 'Bakalof' está marcada para esta Sexta-feira, "partindo o préstito fúnebre do Quartel principal do exército para o Cemitério da Santa Ana".

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