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Rei do Bailundo vai pedir a Portugal a devolução de bens culturais angolanos

O rei tradicional angolano do Bailundo, Ekuikui VI Tchongolola Tchongonga, pedirá ao Governo português a devolução de bens culturais retirados do seu país durante o período colonial numa visita que pretende fazer a Lisboa no início de 2024.

: Zeferino Zinga/Angop
Zeferino Zinga/Angop  

Numa entrevista à Lusa, Ekuikui VI, que está no Brasil para estreitar laços com a comunidade afro-brasileira e participar em eventos comemorativos do mês da consciência negra no país sul-americano, disse que a viagem a Lisboa deverá acontecer no primeiro trimestre de 2024, mas ressalvou que ainda é preciso organizar todas condições necessárias.

"Sabemos que, na Europa, estaremos em Portugal, em Lisboa, no primeiro trimestre de 2024, mas em Janeiro todo Portugal, toda Angola, todo mundo saberá o itinerário do rei Bailundo e sua comitiva", disse o representante tradicional dos povos Ovimbundos.

"Vamos entrar em contacto com o Ministério da Cultura, porque sabemos que já existem várias peças e artefactos tradicionais devolvidos e aqueles que ainda não foram devolvidos vamos lá falar com os dirigentes a nível do Ministério da Cultura de Portugal para trazer de volta, mas é um trabalho que ainda não está acabado", completou.

Soberano do reino subnacional do Bailundo, Ekuikui VI, de 39 anos, que detém importância cultural e espiritual entre os integrantes do maior grupo étnico de Angola, contou que mantém conversas com as autoridades do Ministério da Cultura do seu país sobre a devolução dos bens culturais.

"Acreditamos que, depois de terminarmos o nosso trabalho com o Ministério da Cultura de Angola, e ouvirmos um pouco do Ministério da Cultura de Portugal, teremos dados suficientes para cumprir um dos nossos grandes objectivos e saberemos aquilo que devemos resgatar lá em Portugal", explicou.

A devolução do património cultural angolano presente há décadas nos museus portugueses faz parte da agenda do Ministério da Cultura do país africano, segundo declarações públicas dadas pelo ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Filipe Zau.​

Ekuikui VI afirmou que não pode divulgar o itinerário que pretende cumprir em Portugal, já que ainda está a conversar com as autoridades, mas confirmou que já formalizou os seus planos neste sentido.

"Lançamos tudo em papel. Ainda não tivemos o 'feedback' [resposta], mas na nossa vinda [a Portugal] teremos toda a resposta", concluiu.

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