"Sobre o estado do ambiente em Angola, na realidade acredito que seja bastante visível para todos os problemas mais gritantes, desde os altos níveis de desflorestação, à poluição que vemos nas nossas cidades, em particular em Luanda e em particular a poluição plástica", disse a ambientalista.
Em declarações à Lusa no âmbito da 28.ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP28), que se realiza entre 30 de Novembro e 12 de Dezembro no Dubai, Erica Tavares apontou para a necessidade de maior envolvimento político para travar a degradação ambiental em Angola.
Segundo a ecologista angolana, é preciso "aumentar a vontade política e aumentar também a educação ambiental com os cidadãos, nas escolas e nas instituições".
"Precisamos cada vez mais de olhar para o ambiente como um assunto transversal, que precisa da atenção das diferentes instituições e sectores em Angola e também de um engajamento maior da sociedade como um todo", apontou.
Para Erica Tavares, enfrentar as alterações climáticas vai ser desafiante para qualquer país e Angola "tem de começar a preparar e buscar medidas" para mitigar e tornar as "comunidades mais resilientes a isso".
"Neste momento, temos muitas comunidades vulneráveis, aliás já temos migrantes climáticos em Angola, o que precisamos é de ter o plano de emergência para este tipo de desastres naturais que vemos muito a ocorrer, como no sul de Angola com a seca", sublinhou.
Defendeu ainda a necessidade de Angola partir para acções de reflorestação, "com estudos e bases técnicas", visando travar a "quantidade de desflorestação que está a acontecer neste momento".
"Temos de olhar também para as pessoas, como elas estão a ser impactadas pelas alterações climáticas", notou.
Em relação à participação de Angola na COP28, Erica Tavares disse esperar que a delegação angolana contribua para estas estratégias, metas e protocolos globais e que aplique igualmente a nível nacional e local os documentos e decisões da conferência.
"A minha expectativa é que nós possamos fazer esta aplicação de forma conjunta, aberta com a sociedade civil, instituições governamentais e aberta com o sector privado, que também é muito importante no domínio das alterações climáticas", rematou a ecologista.
A EcoAngola, organização ambientalista não-governamental, presidida por Erica Tavares, vai levar à COP28 a sua directora técnica, Diana Lima.