As cerimónias fúnebres do músico, que morreu na Sexta-feira, atraíram uma multidão de milhares de angolanos no que será o maior funeral de sempre em Luanda.
Esta amanhã havia ainda centenas de pessoas no Estádio da Cidadela, onde decorreram as homenagens, e de onde saiu um cortejo a pé, em candongueiros e com milhares de motoqueiros em direção ao cemitério de Santa Ana.
A grande concentração de pessoas levou a policia a intervir, ouvindo-se disparos, já que apesar de estarem mobilizados 800 agentes, a polícia teve dificuldade em controlar os grandes aglomerados.
O lançamento do gás lacrimogéneo provocou uma debandada e desmaios, com várias pessoas caídas no chão.
Ao longo do cortejo, ouviam-se jovens a chorarem e a gritarem "filho de Zedu", uma referência ao ex-Presidente José Eduardo dos Santos. Muitos empunhavam vários cartazes e houve quem gritasse "'Nagrelha' Presidente, João Lourenço chefe de Estado".
A polícia anunciou ter mobilizado 800 agentes para assegurar o velório, cortejo e funeral do kudurista.
Gelson Caio Manuel Mendes, mais conhecido como Nagrelha, o mais célebre cantor do estilo musical kuduro, morreu aos 36 anos em Luanda devido a um cancro no pulmão, segundo o Complexo Hospitalar de Doenças Cardiovasculares D. Alexandre do Nascimento, onde se encontrava internado.
O vice-governador provincial para o sector Político e Social, Manuel Gonçalves, apelou no Domingo a todos os cidadãos e aos kuduristas, em particular, para que mantivessem a serenidade, a fim de manter a ordem pública e evitar distúrbios.
Por motivos de segurança, o cemitério está encerrado e exclusivamente reservado ao funeral de Nagrelha.