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Industriais sugerem criação de banco mineiro para facilitar acesso ao crédito

Um dirigente da Associação Industrial de Angola defendeu a criação de um banco mineiro especializado para facilitar o acesso ao crédito neste sector e ultrapassar as limitações da banca comercial, que considerou não ter “sensibilidade” para estas necessidades.

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Joaquim Almeida, presidente da Assembleia Geral da Associação Industrial de Angola (AIA) falava à Lusa após um debate sobre financiamento de projectos diamantíferos no âmbito da 1.ª Conferência Internacional de Diamantes (AIDC, na sigla inglesa), onde foram manifestas as divergências entre os operadores desta indústria e a banca.

"Estes bancos estão vocacionados para o curto prazo. O sector mineiro, não só o dos diamantes, tem necessidade de longo prazo, há necessidade de ter um banco com sensibilidade para este sector", defendeu.

O responsável da AIA sugeriu um banco mineiro teria "uma sensibilidade completamente diferente" da dos bancos "de curto prazo", mais vocacionados para financiamentos comerciais e industriais de rápido retorno.

"Para um financiamento de uma prospecção mineira as coisas não são fáceis", disse o responsável associativo, sublinhando o prazo longo deste tipo de projectos e a intensidade de financiamento que é necessário.

Seria, por isso, fundamental a existência de "um banco robusto" que integrasse os diversos bancos, que funcionaria como uma espécie de banco de fomento para o sector mineiro, sugeriu.

Quanto aos problemas das garantias exigidas pela banca, considerou que só um banco específico para esta área resolveria essa questão: "Se o título de concessão não serve de garantia real, como se pode fazer?", questionou, apelando a que as autoridades trabalhem no sentido de criar "documentos suficientes e necessários" para que os bancos possam investir com segurança nestes projectos.

Para Joaquim Almeida, se antes a guerra servia de desculpa, após 20 anos de paz "já se pode fazer uma exploração em condições", o que não está a ser feito por falta de títulos "devidamente concebidos", de forma que sejam aceites pelos bancos como garantias reais.

"Isto é um problema que temos de ultrapassar", apelou.

A "Angola International Diamond Conference" (AIDC), que tem como objectivo divulgar a qualidade dos diamantes de Angola e atrair mais investimentos privados para o mercado deste mineral no país, chegou na passada Sexta-feira ao fim em Saurimo.

A conferência juntou na capital da Lunda Sul centenas de pessoas, incluindo ministros das Minas, produtores de diamantes, responsáveis de multinacionais dos diamantes e especialistas nacionais e internacionais da área.

Com uma capacidade de produção de mais de oito milhões de quilates por ano, Angola é o quinto maior produtor mundial de diamantes, com 13 por cento da extracção deste mineral, sendo as províncias da Lunda Norte e Lunda Sul as principais áreas de exploração diamantífera.

Em África, o país ocupa a segunda posição, a seguir ao Botsuana. Para este ano, Angola prevê atingir a produção de nove milhões de quilates de diamantes.

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