O chefe do turno do hospital, Augusto Manuel, em declarações à Televisão Pública de Angola (TPA), fez saber que o manifestante Inocêncio de Matos morreu devido a uma paragem respiratória irreversível que resultou de um traumatismo craniano encefálico.
Com apenas 26 anos, Inocêncio de Matos deu entrada no hospital durante a tarde de Quarta-feira, onde recebeu assistência médica. "O jovem apresentou um ferimento provocado por um objecto contundente", disse o médico, provocando-lhe um trauma na cabeça, "com sangramento activo e exposição da massa cerebral".
O paciente foi prontamente atendido pela equipa, estabilizado por uma equipa multidisciplinar, tendo sido feitos vários exames complementares, antes de ser submetido a uma cirurgia.
"Chegamos à conclusão que se tratava de uma fractura exposta, com afundamento dos ossos do crânio, em que havia, para além do sangramento, por lesão vascular, a saída da massa encefálica", informou.
Segundo Augusto Manuel, o jovem foi prontamente levado ao bloco operatório, em estado inconsciente, mas depois dos procedimentos feitos, após quatro horas veio a morrer.
"O doente que já tinha um mau prognóstico, quer à entrada do banco de urgência, quer no bloco operatório, o prognóstico já era muito mau, acabou por falecer por paragem cardiorrespiratória irreversível e a gente só teve que confirmar o óbito quatro horas depois da cirurgia", frisou.
O médico afastou a versão de ter sido atingido por um disparo de arma de fogo, como inicialmente foi avançado por companheiros manifestantes.
"Não, um objecto contundente, estamos a falar provavelmente de um pau, de um pedaço de metal, grosso, grande, um ferro, que causa aquele tipo de lesão, a gente isso pôde facilmente constatar pelo tipo de ferida que tinha, aquele tipo de fractura, além de que foi submetido a uma TAC cranioencefálica que não evidenciou corpo estranho nenhum", explicou.
Na Quarta-feira à noite, Eduardo Cerqueira, comandante da Polícia Nacional, revelou que o cidadão tinha sido levado para o hospital Américo Boavida, negando que este tivesse morrido durante os confrontos.
Contudo, as declarações do médico não especificaram se se trata da mesma pessoa reportada pelas autoridades, escreve a Angop.