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ANPG diz que pandemia retardou relançamento da exploração petrolífera no país

A Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) anunciou que o seu programa de relançamento da actividade de exploração petrolífera “foi protelado” pela covid-19, assumindo que, em 2020, as actividades exploratórias “estão tímidas”.

BEACHERA:

"De forma geral, os planos que tínhamos de relançamento da actividade de exploração foram protelados para os anos posteriores, uma vez que a pandemia veio impor algumas variáveis não antecipadas em que todos os intervenientes tiveram de reajustar os seus planos", afirmou o director do gabinete de Planeamento Estratégico da ANPG, Alcides Andrade.

O responsável que falava num 'webinar' sobre "O Ciclo de um Projecto Petrolífero", em Luanda, reconheceu que as actividades exploratórias em 2020 "estão tímidas, por causa da pandemia, estando relançadas para os anos que se seguem".

"Foi um pouco ajustado face àquela que era a nossa perspectiva em 2019", disse, recordando que os desafios do sector petrolífero tiveram um acento tónico em 2014, ano em que se registou a queda brusca do preço do barril de petróleo.

Esta queda do preço do barril de petróleo, maior suporte da economia nacional, em 2014, trouxe várias implicações para a condição socio-económica do país, entre as quais uma crise financeira e cambial.

Para o director do gabinete de Planeamento Estratégico da ANPG, o declínio acentuado do preço do petróleo também "agudizou" os desafios inerentes à actividade petrolífera que o sector tem estado a viver.

Com a pandemia, a situação "agravou-se" ainda mais pelo mundo. "Naturalmente, do ponto de vista do nosso país não estamos imunes porque esse é um sector dinâmico, quer dizer que esses factores de preço e o impacto da pandemia são globais", acrescentou.

"Tínhamos estabelecido um conjunto de acções e medidas que visavam relançar as actividades exploratórias a nível do nosso país, tínhamos programado um conjunto de actividades que estariam a acontecer neste ano e progredir para níveis mais elevados nos próximos anos, mas o que a pandemia fez foi protelar", lamentou.

Para fazer face às implicações da covid-19, a ANPG elaborou, em Março passado, o Plano Integrado de Resposta à Emergência (PIRE) que incorpora três eixos, nomeadamente plano de resposta à emergência, plano de continuidade de negócio e plano de retorno à normalidade.

Em relação ao ciclo de um projecto petrolífero, o director de Exploração da ANPG, Adriano Sebastião, disse, durante esta video-conferência que a fase de produção do petróleo começa após a efectivação dos projectos de desenvolvimento.

A temática do abandono de poços petrolíferos foi também aflorada pelo responsável, observando que o mesmo ocorre tanto no 'onshore' (exploração marítima) como no 'offshore' (exploração em terra), cujo modelo pode ser definitivo, temporário ou poço partilhado.

Quanto à operacionalidade dos campos marginais, Adriano Sebastião deu conta que a concessionária tem estado a revisitar todos os campos marginais, interagir com os operadores e discutir com eles os cenários contratuais.

"Não temos campos marginais em actividade, eles estão identificados e estão localizados em todas as bacias que já tivemos exploração, estão quantificados, categorizados por volume e solução tecnológica", sublinhou, quando questionado pela Lusa.

"Entre os campos marginais, aquele que mais recentemente entrou em produção é o campo NSINGA, do Bloco 0, e está a produzir agora 4.000 barris de petróleo por dia, este campo não tinha condições económicas para produzir, mas com algumas flexibilidades agora já está a produzir", concluiu.

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