O recente vencedor da 21.ª edição do 'Prémio Nacional de Cultura e Artes', na categoria de Artes Visuais, não resistiu às complicações do vírus covid-19, falecendo aos 73 anos.
Artista multi-facetado, Kapela Paulo tem um lugar de excepção no contexto artístico angolano. A sua trajectória confunde-se com a história recente de Angola pós-colonial. Através de uma prática artística ecléctica, misturando objectos e referências aparentemente dispares e discordantes, Kapela tornou-se uma espécie de Pai Espiritual da Arte Contemporânea Nacional, um Mestre para toda uma geração de artistas mais jovens - a quem influenciou.
"O nosso Pai, o nosso Kota, o nosso Kapela morreu. O coração dele não aguentou. Ele agora está com Jah! A família de irmãos e amigos próximos está de rastos e de coração partido, mas resignado que o nosso rasta juntou-se a Jah, Deus no Céu", disse Dominick Tanner, director-geral do Espaço Luanda Arte (ELA), em comunicado remetido ao VerAngola.
O responsável deixou ainda alguns agradecimentos àqueles que marcaram a vida do Mestre e que cuidaram dele últimas horas de vida: "Quero agradecer ao ToyBoy por ter conseguido o que conseguiu, dar um especial obrigado à Naama Margalit e à sua equipa da Fundação, dar um especial agradecimento ao corpo clínico da Endiama na Ilha do Cabo, pela pessoa da Dra. Vanda, que foram incansáveis em tentar ajudar o Kapela a vencer o covid-19, e reconfortar a Fátima e o Germano que perdem um Pai".
Kapela Paulo "deixa um enorme vazio no palco da arte contemporânea nacional", conclui.