De acordo com uma nota da Casa Civil do Presidente da República distribuída em Luanda, foi "profundamente consternado" que o chefe de Estado teve conhecimento da notícia da morte do histórico líder cubano e aliado do Governo do MPLA.
Na nota é referido que José Eduardo dos Santos considera Fidel Castro "como uma figura impar de transcendente importância histórica que marcou a sua época pelo papel que desempenhou no seu país e nas grandes transformações da humanidade, em prol da liberdade, justiça social e desenvolvimento dos povos".
O histórico líder cubano, comandante-chefe da revolução de 1959, que depôs Fulgencio Batista e viria a instituir um regime comunista naquela ilha caribenha, morreu na noite de Sexta-feira, com 90 anos, às 22h29 locais (04h29 de Sábado em Luanda).
O anúncio da morte de "El Comandante", Fidel Alejandro Castro Ruz, foi feito pelo seu irmão e sucessor desde 2008, Raul, na televisão estatal, terminando com o grito "Até à vitória, sempre!".
O chefe de Estado recorda a "solidariedade que Cuba brindou à luta dos povos colonizados, em especial ao povo angolano", sublinhando a "inesquecível contribuição" de Cuba e da liderança de Fidel Castro, "na defesa e manutenção da soberania e integridade territorial de Angola, na resistência à agressão do então regime racista sul-africano".
Em Angola, a morte de Fidel Castro está em plano de destaque em toda a comunicação social pública desde as primeiras horas da manhã, com especiais de informação sobre o líder histórico e recordando as relações entre os dois países, nomeadamente as várias reuniões entre o primeiro Presidente angolano, Agostinho Neto, e o "El Comandante".
Também tem sido recordado o apoio – militar – de Cuba, através das decisões de Fidel Castro, à luta pela independência de Angola, no período da guerra colonial, e na "derrota dos exércitos invasores do então regime do apartheid da África do Sul e do ex-Zaire", segundo uma declaração do MPLA.