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Estatueta histórica roubada de regresso ao Museu nacional de Antropologia

O Museu Nacional de Antropologia de Angola vai expor este mês em Luanda a estatueta histórica denominada Lwena, pela primeira vez desde que foi recuperada pelas autoridades angolanas em 1996, depois de ter sido furtada.

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A estatueta, originária do Alto Zambeze, província do Moxico, no leste, é uma figura antropomórfica em madeira, representando uma mulher de pé, com penteado típico da região e um orifício na cabeça para a fixação de um chifre que contém medicamentos.

O director do museu, Álvaro Jorge, disse aos jornalistas que a peça, usada em ritos ligados à adivinhação, estará em exposição até ao dia 9 de Dezembro.

Segundo o responsável, a escolha desta estatueta para exposição, 19 anos depois da sua chegada ao país, serve para assinalar os 41 anos de independência de Angola e os 40 anos de existência do museu.

Questionado sobre as razões do longo tempo entre a chegada ao país e a apresentação pública da estatueta, Álvaro Jorge disse que factores de segurança, tendo em conta a época de alguma instabilidade que Angola enfrentava naquela altura, e também a falta de pessoal com formação, obrigaram a alguma cautela por parte das autoridades.

Álvaro Jorge frisou que existem agora melhores condições de segurança, salientando que foram tomadas algumas medidas com a instalação de um sistema de vídeo vigilância, seguranças à porta da sala de exposição, entre outras.

A estatueta Lwena, conhecida pelos povos Luvale e da maioria do leste de Angola como "Kaponya wa Pwo", foi recolhida pelo antigo conservador português do Museu do Dundo, José Redinha, em 1939, na região de Lumbala.

Lwena fez parte do conjunto de colecções do Museu do Dundo, transferido para o depósito central do Instituto Nacional do Património Cultural, em Luanda e fez também parte do acervo que facilitou a inauguração do Museu Nacional de Antropologia, a 13 de Novembro de 1976.

De acordo com Álvaro Jorge, em 1978 foi constatado o desaparecimento da peça do depósito central, entretanto, descoberta em 1996 num leilão na cidade francesa de Saint-Germain, França, a um preço que ultrapassava um milhão de dólares.

A sua recuperação foi possível por intermédio da antropóloga belga Maie Louis Bastin, que estudou a peça em 1956, tendo informado ao Governo a sua localização. O responsável avançou que estão ainda desaparecidas outras peças originais de Angola.

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