Esta venda de dois por cento do BFA à operadora Unitel, por 28 milhões de euros, significa o fim do controlo daquele banco pelo BPI e foi proposta em Setembro passado pela administração do banco, liderada por Artur Santos Silva e Fernando Ulrich, considerando-a a "única solução" para o BPI cumprir as exigências do BCE que obrigam à redução da exposição ao mercado nacional, onde Frankfurt entende que a supervisão bancária não é equivalente à europeia.
A operação deverá contar com o acordo dos principais accionistas, o espanhol CaixaBank e a holding Santoro, que detêm 45,50 por cento e 18,6 por cento do capital social, respectivamente, mas há accionistas mais pequenos - representados na associação de pequenos investidores ATM - que estão contra a forma como é proposta a alienação e que já pediram ao presidente da mesa da assembleia-geral que tanto CaixaBank como Santoro sejam impedidos de votar por terem interesses no negócio.
Nas cartas a que a Lusa teve acesso, pequenos accionistas consideram que a holding Santoro não deve votar, porque tem ligações com a Unitel, que irá comprar o BFA, já que ambas são controladas pela empresária Isabel dos Santos.
Recordam ainda os pequenos accionistas que o fim dos limites de voto nos estatutos do BPI era uma das condições que o Caixabank colocou para dar continuidade à Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o BPI, anunciada no início do ano, pelo que defendem que o banco espanhol também tem interesse neste negócio, logo deve ser deixado de fora da votação.
O Jornal de Negócios avançou que também a holding Violas Ferreira - que tem 2,7 por cento do BPI - defende que Caixabank e Santoro não possam votar.
A reunião magna sobre a venda do BFA está marcada para as 16h00 (hora de Lisboa) na Casa da Música, na cidade do Porto.