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Crédito vencido nos bancos ultrapassa os dois mil milhões de dólares em 2015

O crédito vencido na banca atingiu em 2015 cerca de 2207 milhões de dólares, de acordo com um relatório da consultora Deloitte apresentado Segunda-feira em Luanda.

OPaís:

O valor do crédito vencido, 13 por cento do crédito líquido concedido, que em 2015 cresceu 6 por cento, face ao ano anterior, para 16,3 mil milhões de dólares, consta da 11.ª edição da publicação Banca em Análise, no qual a Deloitte analisa os resultados dos relatórios e contas apresentados publicamente pelos bancos que operam no país.

O estudo refere que a "constituição anual de provisões para o crédito dos bancos aumentou 107 por cento" em 2015, ano em que, por sua vez, o volume de activos agregado das instituições atingiu os 44,9 mil milhões de dólares.

O responsável da Deloitte para o sector de Serviços Financeiros, José Barata, admitiu, durante a apresentação destes resultados, uma "deterioração da carteira de crédito" da banca nacional, que teve de fazer o dobro das provisões, face a 2014.

"Isso reflecte uma necessidade de registar resultados negativos para fazer face a perdas na carteira", enfatizou José Barata, admitindo que o crédito malparado "continua elevado" junto da banca.

O resultado líquido total das instituições em análise - excluindo informação do Banco Económico, antigo Banco Espírito Santo Angola - cresceu cerca de 19 por cento, para 697 milhões de dólares em 2015.

O Banco de Poupança e Crédito (BPC), estatal e em processo de reestruturação e saneamento face ao crédito vencido, lidera a lista dos ativos, com 7,9 mil milhões de dólares, seguido do BFA, BAI, BIC e BPA.

Os cinco maiores bancos representam 69 por cento do total do ativo dos cerca de 20 bancos em estudo, peso que por sua vez aumentou 12 por cento face a 2015, segundo o estudo.

"Assistimos, em 2015, ao aumento do número de bancos comerciais em actividade e esse é um sinal da resiliência do mercado", destacou José Barata.

Devido ao "aumento das exigências regulamentares" no sector bancário, o responsável da Deloitte diz que se perspectivam para os bancos angolanos "importantes desafios na melhoria dos níveis de controlo interno e na adoçam das normas internacionais de contabilidade e relato financeiro [IFRS]", já nas contas de 2016.

Mudanças que, explicou "implicam a implementação de novos modelos de cálculo de perdas de imparidade de crédito e a consequente melhoria nos processos de acompanhamento e recuperação do risco de crédito".

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