A informação foi prestada esta Sexta-feira pelo director em exercício daquela barragem, Ernesto Costa, dando conta que o aproveitamento hidroeléctrico já está a funcionar a "mais de 60 por cento da exploração", com o aproximar da conclusão das obras de alteamento e reforço da potência, a cargo dos brasileiros da Odebrecht.
"De acordo com o andamento das obras, a previsão é para Dezembro de 2016 conseguirmos atingir os 960MW, que são os 100 por cento programados para o aproveitamento hidroeléctrico", disse o responsável da barragem, na província do Cuanza Norte, citado pela imprensa local.
A barragem de Cambambe, no rio Kwanza, a 200 quilómetros de Luanda, começou a ser construída em 1958 e foi inaugurada a 6 de Outubro de 1963 pelo então Presidente da República português, Américo Thomaz.
Construída pela Hidroeléctrica do Zêzere e de investimento totalmente privado, a barragem surgiu face à negociação para a instalação em Angola de uma fábrica de alumínio, com elevadas necessidades de consumo de electricidade.
A instalação acabou por não se concretizar e a construção que já estava em curso parou sem que fosse concluído o projecto inicial, ficando-se a barragem pela quota de 102 metros (acima do nível do mar) e com quatro grupos geradores (dois só foram instalados em 1969) num total de 180 MW, para garantir os consumos de Luanda.
"Basicamente estamos a cumprir o projecto inicial, porque esta barragem, quando foi projectada, já foi para esta quota [130 metros] e para estes parâmetros", referiu o responsável da obra.
A terceira fase, que também está em curso, envolve a implementação de uma nova central, com quatro geradores e um total de 700 MW.
Dois destes grupos geradores já entraram em funcionamento, operações que têm levado a vários cortes no abastecimento de electricidade a Luanda e outras províncias do norte do país.
Com estes trabalhos, a área de albufeira do Kwanza vai passar de 1,5 para cerca de seis quilómetros quadrados, com o lago a terminar a três quilómetros do paramento da barragem, o dobro do actual.
Trabalham nesta obra cerca de 4600 trabalhadores, dos quais 290 expatriados de 20 nacionalidades diferentes, sobretudo brasileiros e portugueses.