Em concreto, além de alcançar o valor proposto, Armando Manuel sublinhou que a procura ultrapassou cinco vezes a oferta, daí o sucesso da operação, concluída na quarta-feira, envolvendo sobretudo investidores europeus e norte-americanos.
"O que de certo modo indica a crescente percepção positiva que se tem para a economia angolana", referiu o ministro, em declarações emitidas pela rádio das Nações Unidas, em Nova Iorque.
O governante angolano liderou, nos Estados Unidos, uma delegação que integrou ainda os ministros dos Petróleos, do Planeamento e Desenvolvimento Territorial e o governador do Banco Nacional de Angola, tendo assumido que a emissão destes títulos de dívida pública visa a diversificação das opções de financiamento pelo Estado.
"São recursos levantados para financiamento de infra-estruturas. É bem verdade que Angola é uma economia exportadora de petróleo, mas hoje Angola é muito mais do que o petróleo", referiu Armando Manuel.
O ministro angolano acrescentou que além do petróleo, os investidores internacionais têm ainda como opções os potenciais do país em agricultura, pescas, minas, além da condução da política económica e o posicionamento do país na região.
O Estado angolano obteve 1,5 mil milhões de dólares na sua primeira emissão de 'eurobonds', com maturidade de dez anos e pagando juros de 9,5 por cento aos investidores.
A operação foi distribuída, entre outros, por investidores norte-americanos e europeus, como gestores de fundos, bancos ou fundos de pensão.
Angola enfrenta uma forte crise económica e financeira, decorrente da quebra das receitas com a exportação de petróleo face à baixa da cotação do barril de crude no mercado internacional.
Para compensar esta quebra de receitas, Angola prevê necessidades de financiamento do Orçamento Geral do Estado de 2015 superiores a 20 mil milhões de dólares.
Além do financiamento do Estado, esta emissão (moeda estrangeira) permitirá o reforço das reservas internacionais angolanas, necessárias à importação de bens alimentares e matéria-prima, que se reduziram em 11,5 por cento desde o início do ano, devido à crise petrolífera.