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"We Shall Overcome": Rita GT de Luanda para o Museu do Chiado

A artista Rita GT vai fazer uma performance que aborda as injustiças sociais, económicas e políticas intitulada "We Shall Overcome!", na sexta-feira, no Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado (MNAC-MC), em Lisboa.

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De acordo com a programação do museu, a performance será realizada pela artista no dia da inauguração, sexta-feira, às 19h00, será filmada em vídeo e ficará disponível no dia seguinte, no espaço expositivo e online.

Nesse dia, como parte integrante da performance, um grupo de pessoas com fatos de macaco feitos com pano africano de padrão criado pela artista entrará no museu para preencher a parede, inicialmente vazia, com um papel de padrão também criado por Rita GT, que vive em Angola desde 2012.

Este processo será acompanhado pelo músico nigeriano Keziah Jones e um grupo de bailarinos e a artista participará também na colocação do papel, sobre o qual irá desenhar sinais ligados ao conceito das palavras de ordem "We Shall Overcome".

O título da performance é uma mensagem mundialmente conhecida, com origem num cântico gospel, “I Will Overcome”, do final do século XIX, adaptado, em 1948, pelo cantor norte-americano Pete Seeger como canção de protesto.

Foi-se difundido e tornando, nos anos 60, num hino do movimento de luta pelos direitos civis dos negros na América do Norte e, a partir daí, tem sido utilizado em diversas situações de contestação, nomeadamente no último discurso de Martin Luther King, nos Estados Unidos, no combate anti apartheid na África do Sul e na Revolução de Veludo, em Praga.

A artista Rita GT, apropria-se do título desta canção - hino de luta pela liberdade de expressão, pela igualdade de direitos sociais e raciais, de movimentos pró-democracia em todo o mundo - para lhe dar uma nova dimensão espaço temporal.

"O seu trabalho reflecte o actual sentimento de descontentamento e injustiça, de uma democracia defraudada por tiranias subversivas que minam e dominam a sociedade, a política e a economia", segundo um texto da curadora, Adelaide Ginga.

A artista explora as questões que geram tensão social não só em Angola, mas também no resto do mundo, como as migrações ilegais, o tráfico humano, terrorismo e as mortes massivas.

Nascida no Porto, em 1980, Rita GT vive e trabalha entre Luanda e Viana do Castelo. É licenciada em Design de Comunicação (2004) pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto, concluiu o Curso avançado em Artes Visuais, Maumaus — Escola de Artes Visuais, Lisboa, e frequentou o mestrado na Malmö Art Academy — Lund University em Malmö, Suécia.

É desde 2013 coordenadora-fundadora do projecto e-studio Luanda e foi comissária da representação oficial de Angola na 56.ª Biennal de Veneza.

Esta performance - cuja instalação em vídeo ficará patente até 10 de Janeiro de 2016 - está inserida no projecto ECHOES, do Museu do Chiado, que consiste num ciclo de exposições individuais que reúne jovens artistas de origem portuguesa a trabalhar e residir fora do seu país de origem.

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