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Pau-de-cabinda ainda é o mais procurado nas tendas do Mercado dos Kwanzas

Conhecido por curar a "falta de força" do homem, diariamente chegam aos mercados de Luanda dezenas de sacos de pau-de-Cabinda, com as mulheres que vendem a garantir que clientes, novos ou velhos mas "sempre satisfeitos", não faltam.

Rede Angola:

Pelo caótico mercado dos kwanzas, no Cazenga, arredores de Luanda, onde se compra de tudo, multiplicam-se vendedoras de pau-de-Cabinda, a casca que depois é servida em chá, misturada com outros produtos tradicionais - como timba-timba, mandioca ou raízes típicas - para tratar a impotência sexual masculina.

Novos, velhos, angolanos ou estrangeiros, todos procuram o pau-de-cabinda nas bancas improvisadas do Mercado dos Kwanzas, mas nem sempre apenas com problemas de impotência.

"Dá força no homem. Há outros que têm várias mulheres e ao fazerem a relação sexual vêem que não conseguem muito e procuram pau-de-Cabinda para aumentar a força", explica à Lusa Rosinha, de 32 anos, vendedora de produtos de medicina tradicional naquele mercado.

Especializada em pau-de-Cabinda há sete anos, negócio que aprendeu com a avó, adverte que o tratamento consiste em apenas dois meios copos deste chá por dia e que "nunca" deve ser misturado com o álcool, como por exemplo os mais novos fazem.

"Assim é quando corre mal e eles não andam bem", ironiza, enquanto mostra uma enorme casca de pau-de-Cabinda, chegada no dia anterior das florestas daquele enclave angolano, a norte, que tenta vender por 2500 kwanzas.

É o suficiente para "alguns litros" de chá: "Mas não se pode tomar só com o pau, é preciso fazer mistura, porque ele pica", avisa Rosinha.

O mínimo de uma porção de casca com cinco centímetros pode custar à volta de 500 kwanzas, mas as mulheres da praça dos kwanzas garantem que chegam a vender mais um saco de 50 quilogramas por quase 100 dólares.

Numa cultura em que a medicina tradicional está fortemente enraizada há séculos, estas vendedoras garantem que não há constrangimentos no momento da compra ou da venda e até aconselham na melhor forma de tratar a "falta de força", por exemplo fervendo bem a casca ou atendendo às proporções dos ingredientes.

Faz tudo em plena banca do mercado: "Vai sentir vergonha, se tem doença? Sentir vergonha porquê", questiona, com total à-vontade, a ‘mamã' Isaura, de 51 anos e uma vida passada a vender pau-de-Cabinda.

Pela sua tenda de venda passam sobretudo "mais velhos", mas os novos também procuram aquele afrodisíaco natural e não só. "Não só os homens, as mulheres também compram", atira Isaura, mantendo a recomendação: "Só dois copos [de chá] por dia. Mais nada".

O chá de pau-de-Cabinda, um estimulante totalmente natural, chega a ser recomendado pelos médicos, além da impotência sexual, para tratar a disfunção eréctil masculina e a frigidez sexual feminina.

Independentemente da idade ou nacionalidade, uma coisa as mulheres do pau-de-Cabinda garantem: O efeito na "força do homem" é "imediato e garantido".

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