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Banca corta na entrega de notas em moeda estrangeira aos clientes

A banca angolana está a reduzir a entrega a clientes de moeda estrangeira, em notas, alegando a necessidade de cumprir regras de prevenção contra o branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, anunciou a associação do sector.

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Em comunicado enviado à Lusa, a Associação Angolana de Bancos (Abanc) refere que as medidas e limitações se aplicam aos clientes com conta em moeda estrangeira - nos bancos angolanos -, e que em contrapartida devem reforçar a utilização de meios de pagamento e transacções electrónicos.

Acrescenta que as medidas que os bancos em Angola "têm vindo a tomar, e que continuarão a ser reforçadas", visam assegurar "o cumprimento das regras de prevenção contra o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo impostas pelas autoridades nos países emissores das moedas estrangeiras importadas para o país".

Informa ainda sobre a aplicação de "limitação dos levantamentos de notas a partir de contas denominadas em moeda estrangeira", mas que podem "continuar a ser movimentadas através de transferências para outras contas domiciliadas em bancos angolanos, ou bancos estrangeiros".

"De notar que as contas manter-se-ão denominadas em moeda estrangeira. As restrições apenas afectam a movimentação através de levantamentos em numerário nas moedas de denominação", sublinha a Abanc.

No comunicado, assinado pelo presidente da instituição, Amílcar da Silva, é anunciada igualmente uma "redução continuada da entrega de notas em moeda estrangeira aos clientes que viajam", solicitando que utilizem em substituição, "cartões de pagamento de aceitação internacional", como como cartões de crédito, débito e pré-pagos, ou por transferências bancárias.

Ainda no caso da venda de notas para viagem, "sempre que possível, essas serão efectuadas na moeda utilizada no país de destino do cliente", esclarece a associação.

Embora sem qualquer referência ao assunto no comunicado da associação da banca, Angola vive uma crise cambial, de falta de divisas no sistema oficial em quantidade necessária para responder à procura, o que fez o dólar norte-americano disparar nos últimos meses no mercado de rua, tendo o kwanza desvalorizado quase 40% no espaço de um ano.

Na origem das dificuldades está a crise económica e financeira decorrente da quebra da cotação do barril de crude no mercado internacional, que fez diminuir para metade as receitas fiscais angolanas com a exportação de petróleo e com isso a entrada de divisas no país, necessárias por sua vez para garantir por exemplo a importação de alimentos e matéria-prima.

A Abanc recorda que os desenvolvimentos nos mercados financeiros internacionais, em matéria de prevenção de branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo, "têm vindo a impor aos bancos maior controlo sobre a utilização de numerário", para "limitar significativamente a utilização deste meio de pagamento".

"Estando Angola inserida no mercado financeiro internacional e sendo importadora de numerário (notas) emitido por outros países (principalmente os Estados Unidos e a União Europeia), torna-se necessário acompanhar estes desenvolvimentos sob pena de ficar excluída daqueles mercados internacionais", assume a Abanc.

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