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Camionistas pedem pela terceira vez encontro com ministro dos Transportes

A Associação dos Transportadores Rodoviários de Mercadorias de Angola (Atroma) vai solicitar Quarta-feira, pela terceira vez, encontro urgente com o ministro dos Transportes, para abordar dificuldades de circulação de camionistas nacionais na República Democrática do Congo.

: Correio da Kianda
Correio da Kianda  

Segundo o vice-presidente da Atroma, Licínio Fernandes, foi realizado esta Terça-feira um encontro para abordar a situação dos camionistas angolanos com dificuldades de circular na vizinha RDCongo, mas ficou marcado pela ausência da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) do Ministério dos Transportes.

Licínio Fernandes disse que a direcção executiva da Atroma tem estado a segurar os seus associados para não partirem para uma paralisação da sua actividade.

"Mas está prestes a rebentar isso", referiu o responsável, em declarações à Lusa, salientando que têm vindo a pedir ao executivo que arranje formas para os camionistas congoleses poderem entrar em Angola do mesmo modo que os angolanos entram na RDCongo.

De acordo com o vice-presidente da Atroma, os camionistas angolanos pagam 60 dólares para entrarem no país vizinho, enquanto os colegas congoleses precisam de esperar por um visto de entrada, que demora de 15 a 20 dias.

"Isto atrapalha de que maneira a situação operativa da logística deles. O que se passa agora, [é que] os congoleses, devido a situações amargas que já tiveram, proibiram os angolanos de irem até Kinshasa", frisou.

Os camionistas angolanos são agora obrigados a descarregar as mercadorias na fronteira, pedindo reciprocidade, "uma vez que saem do país centenas de contentores diariamente do porto de Luanda para Kinshasa".

"Eles estão a pedir reciprocidade no que concerne aos vistos. Nós entramos sem visto, eles também querem entrar sem visto, se assim não acontecer, nós seremos obrigados a ter um visto de entrada", referiu.

"Não estamos a ter resposta nisso, continuamos à espera do Decreto Presidencial que já foi entregue desde 1 de Julho (...) e nenhum passo foi dado", acrescentou.

O vice-presidente da Atroma referiu que a associação dos transportadores congoleses deu apenas um dia às autoridades congolesas para que proibissem a entrada dos angolanos. Recusado o pedido, fizeram uma paralisação de cinco dias e "o Governo respondeu automaticamente".

"Vamos fazer o último documento - estamos na terceira carta - a pedir ao ministro dos Transportes um encontro, vamos fazer o terceiro pedido com ultimatos, com datas, porque, se não, a classe vai parar e a direcção da Atroma não terá força para os parar", referiu.

"Acreditem que se os transportadores angolanos param de Cabinda ao Cunene é um colapso para a nossa economia", disse, reforçando que, pela lentidão com que está a ser tratado o assunto, essa hipótese "não está longe".

Neste encontro com o ministro, a Atroma pretende apresentar as suas preocupações e sugestões para o problema, "para que alguma situação menos boa não aconteça".

A situação já se arrasta há oito anos, e há seis meses a proibição dos camionistas angolanos chegarem à capital congolesa.

"Já tivemos uma paralisação, os nossos camionistas saem com uma logística preparada para fazerem uma viagem de cinco dias, fizeram 15 dias, e não houve uma mão com apoio nem cá em Angola nem do lado do Congo", frisou.

Recentemente, mais de 400 camiões angolanos ficaram retidos na RDCongo por mais de quinze dias, tendo sido impedidos pelas autoridades congolesas de atravessar a fronteira rumo à província de Cabinda, que se encontra separada do resto do território angolano, sendo limitada a norte pela República do Congo, a leste e a sul pela República Democrática do Congo e a oeste pelo Oceano Atlântico.

Depois de uma reclamação do Governo, as autoridades congolesas anunciaram o fim da interdição de circulação de camiões de transporte de carga na RDCongo com destino a Cabinda.

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