Durante a sua intervenção, o Presidente da República considerou que "o papel das mulheres na construção da paz é uma realidade inquestionável e o seu envolvimento é essencial, dada a sua relevância na dinâmica das comunidades, as suas vivências directas com o impacto dos conflitos e a sua capacidade de promover o diálogo e a reconciliação".
"A nossa experiência na construção da paz após um longo conflito armado ensinou-nos a importância de envolver as mulheres em todas as etapas dos processos de paz", acrescentou.
O Presidente considerou igualmente que "Angola tem exercido o seu papel para a prevenção e resolução de conflitos com várias acções de mediação e iniciativas diplomáticas, trabalhando incansavelmente com parceiros regionais e internacionais para garantir que a estabilidade" do continente "seja um compromisso permanente com o desenvolvimento sustentável, a segurança e o bem-estar de todos os cidadãos africanos".
Pelo que, "Angola, como país anfitrião deste fórum e com a actual presidência em exercício da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos, reafirma o seu compromisso com a promoção da paz, da segurança e da igualdade de género", adiantou.
Na sua intervenção, o chefe de Estado também realçou a "coragem das mulheres que se levantam para negociar a paz, reconstruir as suas comunidades e sarar as feridas da guerra".
"Apesar desses bons exemplos, as mulheres ainda estão muito sub-representadas nos processos formais de prevenção, gestão, resolução de conflitos armados e reconciliação entre partes desavindas, pelo que precisamos de intensificar, no actual contexto de segurança regional, os nossos esforços para removermos as barreiras que impedem ou limitam a sua participação, dando mais peso à implementação da Resolução 1325 do Conselho de Segurança da ONU, que reconhece a necessidade do envolvimento das mulheres nos processos de paz e segurança", considerou.
Referiu ainda que as "mulheres como cuidadoras, educadoras e líderes comunitárias, têm assumido a liderança em iniciativas de paz nas comunidades, actuando como mediadoras e negociadoras em conflitos locais, edificando a confiança tão necessária neste tipo de processo, transpondo divisões e facilitando o diálogo".
Entre outos aspectos, também considerou que se deve continuar a "incentivar as acções neste domínio porque, no final de cada pequeno balanço, elas contribuem realmente para uma África mais segura e próspera, onde a integração real e a valorização das mulheres nas políticas de defesa, segurança interna, resolução de conflitos e participação na fase pós-conflito devem se constituir em prioridade para o desenvolvimento integral" de África.
João Lourenço homenageado pelo papel de liderança na capacitação das mulheres
Além do discurso do Presidente da República, outro ponto que marcou o primeiro dia do fórum foi a homenagem prestada a João Lourenço.
Segundo um comunicado da Presidência da República, a que o VerAngola teve acesso, João Lourenço "foi premiado pelo seu empenho na capacitação das mulheres em África e nos esforços pela pacificação da República Democrática do Congo, numa avaliação da Rede de Mulheres Africanas".
Na ocasião, o Presidente da República recebeu a placa e tirou fotografias ladeado de "mulheres notáveis de África como Sahle-Work Zewde, ex-Presidente da República Federal Democrática da Etiópia; Ellen Jonhson Sirleaf, ex-Presidente da República da Libéria e Prémio Nobel da Paz 2011, e Amina Mohammed, Secretária Geral Adjunta das Nações Unidas, entre outras".
Subordinado ao lema "O reforço da participação e liderança das mulheres nos processos de paz e segurança da região dos Grandes Lagos", o fórum decorre em Luanda, até Sábado.