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Frente Patriótica Unida exige anulação do censo populacional

A Frente Patriótica Unida (FPU), plataforma política, exigiu esta Quarta-feira a anulação e reformulação do Censo Geral da População e Habitação 2024, devido à “desorganização manifesta no processo censitário”.

: Facebook Adalberto Costa Júnior
Facebook Adalberto Costa Júnior  

Segundo o coordenador da FPU, Adalberto Costa Júnior, que lia esta Quarta-feira, em conferência de imprensa, uma declaração desta plataforma política, criada em 2022, sobre a situação política do país, o Governo falhou na programação, logística e gestão dos recursos humanos, estando agora envolvido "em muitas incertezas e dificilmente terá um resultado fiável e confiável quer para entidades nacionais quer para organizações internacionais".

"Todos vimos que o Governo não proporcionou os meios materiais e financeiros necessários para a realização do censo, de forma exitosa como aconteceu em 2014. A FPU exige a anulação do censo e a sua reformulação para ser executado de forma séria e credível, de forma a ser um instrumento útil para a gestão do país", frisou.

O censo populacional 2024 arrancou a 19 de Setembro passado, para um período de 30 dias, contudo, o Instituto Nacional de Estatística (INE) prorrogou o prazo para mais 30 dias, devido a constrangimentos registados nas duas primeiras semanas do início do processo.

Adalberto Costa Júnior, líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido da oposição, que integra juntamente com o PRA-JA Servir Angola, de Abel Chivukuvuku, coordenador-adjunto, o Bloco Democrático, de Filomeno Vieira Lopes, e membros da sociedade civil, a FPU, criticou também o pronunciamento do Presidente, João Lourenço, no discurso sobre o Estado da nação, ao acusar os deputados de estarem envolvidos no tráfico de combustíveis.

Para a FPU, o Presidente da República, directamente ou através dos seus auxiliares, substitui-se ao Ministério Público, "porque se acha senhor de todos os poderes", instando o chefe de Estado a informar a opinião pública e os órgãos de justiça "quem são os altos responsáveis que estão implicados no contrabando de combustíveis".

"Não tendo nada para apresentar de substancial sobre o combate à corrupção, decidiu enlamear os deputados, lançando sobre todos eles a ignomínia e suspeição de que poderão estar envolvidos no tráfico de combustíveis", disse.

Na sua declaração, a FPU considera que a celebração dos 50 anos de independência nacional "não pode ser um pretexto de glorificação do partido Estado contra o Estado democrático de direito, nem de exaltação dos feitos e figuras do país MPLA [Movimento Popular de Libertação de Angola]".

Angola celebra 50 anos de independência no dia 11 de Novembro de 2025, que começam a ser comemorados a partir de 11 de Novembro do ano em curso, estimando-se a participação de 8000 pessoas e representantes de 70 países convidados.

"Achamos que estas comemorações têm que ser inclusivas e devem permitir uma reflexão colectiva sobre o nosso percurso, como povo e como Estado. A FPU considera que o país não deve continuar a viver a realidade virtual que o regime autoritário impõe a todos os cidadãos, através do férreo controlo dos órgãos de comunicação social", disse.

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