Mário Lemos, que falava em Luanda, após a sessão de admissão à negociação da seguradora estatal angolana, apontou uma procura recorde, graças ao bom envolvimento de várias entidades e ao esforço alargado que, no final, "compensou pelos resultados" que permitiu superar as expectativas.
"174 por cento (rácio da procura) é um número importante e é um marco no próprio mercado de capitais. Como sabem, as outras operações, apesar de terem sido também bem-sucedidas, não chegaram aos níveis tão elevados como os da ENSA", sublinhou Mário Lemos.
Sobre os sucessivos adiamentos que a privatização da ENSA foi sofrendo, destacou que colocar uma empresa no mercado "é uma responsabilidade enorme" que exige a ponderação de vários factores, de mercado e não só.
"Fomos persistentes, o Estado também foi persistente e tivemos sempre uma preocupação de fazer mais, portanto, de chegar até aqui", referiu.
Questionado sobre a possibilidade de abrir mais o capital para satisfazer a procura, considerou que este foi "um sinal" que permite chegar a essa conclusão.
"Não fomos nós que determinámos isto, foi o próprio Estado. Mas nós podemos colocar-nos no lugar do Estado e perceber que esta foi a melhor decisão", já que 30 por cento "é uma expressão significativa" e enquadra-se numa estratégia progressiva para ir oferecendo "outras 'tranches' com a qualidade que é necessária", afirmou.
As acções foram vendidas ao preço máximo de 12.499,80 kwanzas e permitiram ao Estado arrecadar com a alienação desta participação de 30 por cento mais de 8,9 mil milhões de kwanzas.
O interesse por parte dos investidores superou o número de acções disponíveis, tendo sido solicitadas 1.256.455 acções, correspondendo a 174,51 por cento das 720.000 acções oferecidas.
No total, registaram-se 1833 ordens de compra de 1115 investidores.