De acordo com um comunicado do CIPRA, a que o VerAngola teve acesso, a unidade hospitalar – com capacidade para 250 camas e que se encontra a "beneficiar de obras de reabilitação e modernização que devem ser concluídas em Março de 2024" – foi visitada no Sábado pelo Presidente da República, que "recebeu informações detalhadas sobre os trabalhos em curso que visam assegurar um serviço mais humanizado aos utentes".
Segundo a titular da pasta da Saúde, que falava no fim da visita do chefe de Estado, "por iniciativa própria e com poucos recursos", o hospital deu início, faseadamente, ao tratamento de "algumas áreas prioritárias", tais como a "reabilitação do bloco operatório e dos cuidados intensivos, com a criação de uma nova área e expansão do serviço de hemodiálise", lê-se no comunicado.
Sílvia Lutucuta fez ainda saber que vão "cuidar de todas as enfermarias" da referida unidade hospitalar.
"Vamos cuidar de todas as enfermarias deste hospital, ampliar o banco de urgência, retirar algumas áreas que estão no interior, como as áreas de refeitório e a cozinha, a lavandaria, esterilização, consulta interna e consulta externa, enfim. Todos os serviços deste hospital vão ser melhorados", afirmou.
A ministra acrescentou que trouxeram o Presidente da República "para constatar in loco a situação do hospital e, também, receber orientações precisas sobre a mobilização de recursos necessários para a conclusão desta obra".
Na ocasião, a governante também deixou um apelo ao respeito pelas instituições e profissionais de saúde.
O apelo, de acordo com outra nota do CIPRA, a que o VerAngola teve acesso, foi feito "quando falava do caso do médico desta unidade hospitalar, agredido e atirado do primeiro andar para abaixo do edifício, por familiares de um paciente, que também maltrataram outros pacientes e profissionais e vandalizaram equipamentos".
A titular da pasta da Saúde disse que "a vida humana tem muito valor", sendo que o Governo se encontra comprometido com a causa. "A vida humana tem muito valor e é por isso que nós estamos aqui. O Executivo está comprometido com a causa, os nossos profissionais também, para salvar vidas", afirmou.
De acordo com a governante, o médico em causa "sofreu fracturas graves num membro inferior", tendo de ser operado e encontrando-se actualmente em fase de recuperação.
Fez também saber que "a segurança das unidades sanitárias está a ser reforçada, fruto de um trabalho em estreita colaboração com a Polícia Nacional", acrescentando que "foi declarada tolerância zero às más práticas e ao mau atendimento aos utentes dos serviços de saúde", lê-se no comunicado.
Assim, afirmou: "Prestar assistência médica é um acto de amor, de compaixão, que nós temos que prestar muita atenção. Porque as pessoas já estão numa situação vulnerável e não podemos, em cima de tudo o que está a passar com a saúde do paciente, ainda agravar".
A ministra também mencionou que estão em curso processos disciplinares, tendo advertido que "em situação de má prática de alguma liderança hospitalar, principalmente quando forem encobertos os casos, as direcções serão punidas".
A titular da pasta da Saúde salientou que querem "profissionais de saúde que se sintam parte de uma grande família de salva-vidas" e não querem "profissionais de saúde que não sabem viver e que fiquem com senso de impunidade".
Além disso, também destacou que a "a melhoria do serviço de saúde também depende da educação da população e da prontidão em trazer os pacientes às unidades sanitárias", lê-se na nota.
Fundado em 1974, o Hospital do Prenda atendeu um total 72.951 pacientes nos primeiros seis meses deste ano. Tomás Cassinda, director do referido hospital, em declarações à Angop, fez saber que desse número, 26.877 receberam atendimento no banco de urgência, enquanto 46.074 foram atendidos em consultas externas.
Contando com "uma média de atendimento diário de 700 pacientes", o Hospital do Prenda diz respeito a uma "unidade sanitária de nível terciário que presta atendimento médico e cirúrgico de média e alta complexidade". De acordo com o CIPRA, a unidade serve igualmente "de apoio às instituições de formação em ciências da saúde, em programas de graduação e pós-graduação".
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