Num comunicado, o executivo de Angola explica que a comissão será uma plataforma que permite "reforçar o comércio e o investimento".
Aquelas decisões foram tomada numa reunião bilateral, que decorreu Segunda-feira em Luanda, entre o ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António, e a Vice-Primeira-Ministra e ministra das Relações Internacionais e Cooperação da República da Namíbia, Netumbo Nandi-Ndaitwah.
De acordo com a nota, na reunião, Téte António e Netumbo Nandi-Ndaitwah trocaram impressões sobre assuntos de interesse comum, "incluindo a questão dos criadores de gado namibianos que se instalaram na parte sul de Angola, e reafirmaram a importância da coexistência pacífica e da boa vizinhança ao longo da fronteira".
A ministra Netumbo Nandi-Ndaitwah, mandatada pelo Presidente do seu país, Hage Geingob, por seu lado "agradeceu a solidariedade de Angola" por permitir aos criadores de gado namibianos exercerem a pastorícia em território angolano, devido aos efeitos das alterações climáticas, adianta o comunicado.
Os dois países pretendem que os criadores de gado que estabeleceram estruturas ilegais em território angolano procedam à sua desocupação.
Com vista a sensibilizar as populações locais sobre a importância da coexistência pacífica e da boa vizinhança entre os dois países, Téte António e Netumbo Nandi-Ndaitwah acordaram realizar uma visita de trabalho conjunta à província do Cunene, em Angola, e a Ohangwena, na Namíbia, antes do fim deste mês.
Angola e Namíbia concordam também sobre a necessidade da preservação das reservas naturais protegidas, em harmonia com os objectivos e princípios da Área de Conservação Transfronteiriça Kavango-Zambeze (KAZA CFTA).
A nota refere também que os dois diplomatas apelaram às autoridades angolanas e namibianas para que operacionalizem o Fórum dos Governadores, a fim de que se estabeleçam ligações mais estreitas entre as comunidades vizinhas dos dois países.
O acordo bilateral sobre a Circulação de Pessoas e Bens, assinado em 1992 entre os dois países e que prevê, entre outros aspectos, a livre circulação de angolanos e namibianos num raio de 60 quilómetros ao longo da fronteira, contínua em vigor.