A informação é avançada pela Angop, que cita declarações do presidente da cooperativa, Albino Fernandes. O responsável indicou que para além do tomate, existem ainda outros produtos na mesma condição, como o feijão, a batata doce, a banana e a cebola. Desta forma, os camponeses têm tido enormes prejuízos com a comercialização da sua campanha agrícola, tendo em conta os custos de produção.
"Um saco de fertiilizante e outro de ureia, ambos de 50 quilos, estão a custar actualmente 30 mil kwanzas. Quinhentas gramas de semente de tomate estão no valor de um milhão e quinhentos kwanzas, e com os preços baixos actualmente dos produtos no mercado, os cerca de 500 cooperativistas estão desmotivados", explicou.
Em relação ao caso do tomate – em que foram produzidas mais de 900 toneladas – referiu que a caixa está a ser vendida a 900 kwanzas e que, tendo em conta o custo de produção, deveria ser comercializada a cerca de 5000 kwanzas.
As causas deste problema prendem-se com a falta de transporte para os produtos, bem como a venda no mercado paralelo a preços baixos.
A fazenda solicitou apoio estatal para combater este contratempo, sendo que o director do Gabinete Provincial de Desenvolvimento Integrado de Benguela, Samuel Maleze, afirmou que irá ser realizada uma investigação à situação.
No entanto, e tendo em conta as grandes dificuldades que o escoamento da produção fresca acarreta, sugeriu novas formas de contrariar a deterioração dos produtos, como a transformação do tomate. Tomate desidratado, em polpa ou massa de tomate são alguns dos exemplos referidos pelo responsável: "Há um vasto quadro de oportunidades", enfatizou, citado pela Angop.
Samuel Maleze foi ainda questionado acerca da fábrica de transformação de tomate instalada no Dombe Grande, inoperante desde a sua conclusão, e também sobre uma indústria de produção de latas de embalamento, entregue em concurso à empresa Dombe Limitada e também ela parada.
"Essa empresa está actualmente a trabalhar na sua reabilitação, uma vez que ela foi vandalizada, retiraram quase tudo o que já havia sido instalado, devido aos vários anos que a mesma andou fechada", explicou.
O responsável acrescentou ainda que a falta de energia da rede pública é outro desafio para as indústrias da província, que conta também neste ponto com a intervenção do Governo para facilitar o acesso à energia.