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Banca e Seguros

Lima Massano: centrais privadas de informação vão melhorar o acesso ao crédito

O governador do Banco Nacional de Angola (BNA) defendeu a concessão de crédito “de forma responsável” e salientou que a entrada de centrais privadas vai ajudar a melhorar a gestão do risco de crédito e acesso aos empréstimos.

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José de Lima Massano, que falava em Luanda, na apresentação do estudo "Banca em Análise 2022", da consultora Deloitte, sublinhou que o BNA quer um sector bancário mais competitivo e inclusivo, para responder à dinâmica da economia e continua a advogar a concessão de crédito de forma responsável.

"Reconhecemos que a qualidade da informação prestada pelos clientes, sobretudo contabilística e financeira, muitas vezes não é suficiente para permitir uma avaliação rigorosa das solicitações de crédito, uma insuficiência muito presente em empresas de pequena e media dimensão", disse o responsável, instando as empresas a melhorar essa informação para potenciar o acesso ao crédito.

No caso de iniciativas empresariais de grande dimensão recomendou que se considerem financiamentos através de instrumentos de mercado de capitais, notando que a recente entrada, bem sucedida, dos bancos BAI e Caixa Angola na bolsa mostra um mercado "interessado, e talvez ávido" deste tipo de soluções.

Quanto ao segmento de particulares, abordou a regulamentação recente relativa ao crédito à habitação, reconhecendo as dificuldades que ocorrem, quer devido aos níveis de rendimento dos beneficiários, quer pelos constrangimentos associados à legalização de imóveis.

Por outro lado, espera que "num futuro imediato, se possa assistir à entrada em funcionamento de centrais privadas de informação de crédito, para melhoria da gestão do risco de crédito".

De facto, mais crédito a particulares, de modo alargado e seguro, "só é possível com informação de qualidade sobre a real capacidade financeira de cada um", sublinhou Lima Massano.

As centrais têm essa responsabilidade e iriam congregar informação sobre o comportamento de cada cidadão junto de fornecedores de serviços, banca ou estabelecimentos comerciais que ofereçam pagamentos a prestações.

"Com esta informação adicional, de que os bancos, actualmente, não dispõem será mais seguro e menos oneroso conceder e, consequentemente, obter crédito", considerou o governador do BNA, indicando que foi o que se verificou noutros países, nomeadamente em termos de crédito ao consumo.

No âmbito dos serviços de pagamentos móveis, Lima Massano adiantou que vão passar a funcionar, sob a marca Quick, através de uma plataforma que garante a interoperabilidade dos operadores.

Num balanço sobre as medidas tomadas nos últimos cinco anos, o responsável do BNA falou ainda sobre os "desequilíbrios" do contexto económico em 2017 e as medidas que foram tomadas, nomeadamente no mercado cambial e reestruturação de bancos, entre outras.

Destacou ainda que, nos últimos 12 meses, o BNA avançou com novo modelo de supervisão prudencial, com análise e avaliação dos riscos inerentes de cada instituição bancária, e destacou que a legislação actual é convergente com a da zona euro.

As medidas e as alterações regulamentares tiveram como resultado ajustar os grandes desequilíbrios que se verificavam, referiu o governador do BNA, realçando que a desaceleração da inflação e o normal funcionamento do mercado cambial, são parte desse percurso.

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