"O cartão de eleitor será descontinuado e em 2027 bastará o Bilhete de Identidade quando as pessoas forem votar", disse Marcy Lopes, durante uma conferência de imprensa realizada esta Quinta-feira em Lisboa, na sequência das visitas que fez aos consulados de Angola na capital portuguesa e no Porto.
Para já, o Governo está ainda concentrado nas primeiras eleições em que os emigrantes angolanos terão a possibilidade de exercer o seu direito de voto na diáspora, através da apresentação do Bilhete de Identidade, que servirá para actualizar o registo eleitoral.
"O critério [para poder votar] é a existência do BI na base de dados do BI", disse o governante, salientando que mesmo que o cidadão não tenha consigo aquele documento poderá votar desde que esteja registado no consulado do país onde está.
"Todo o cidadão sem BI ou que nunca teve um BI deverá tratar do BI aqui em Lisboa, onde há um posto fixo, ou no Porto, permitindo que o cidadão tenha o seu documento e possa fazer a actualização do registo eleitoral", disse Marcy Lopes, acrescentando que nos consulados o processo está a ser agilizado para que ninguém fique impedido de votar.
O processo do novo registo eleitoral já está a decorrer na República Democrática do Congo e na República do Congo, onde se encontram as maiores diásporas angolanas, desde 2020.
Angola prevê realizar eleições gerais no próximo ano, na terceira semana de Agosto, e será a primeira vez que os emigrantes poderão votar, já que a sua capacidade eleitoral foi consagrada na Constituição angolana apenas este ano.
Marcy Lopes está em Portugal para "verificar o estado de preparação da missão diplomática e consular" no país para a realização do registo eleitoral oficioso.