Na sua mensagem à nação, que marcou a abertura do ano parlamentar, João Lourenço afirmou que, no corrente ano, foram recuperados quase 5000 milhões de dólares, em dinheiro, bens, património ou participações sociais, dos quais 2100 milhões de dólares foram concretizados no estrangeiro.
Tendo em conta os elevados prejuízos patrimoniais que o país sofreu em resultado da corrupção e impunidade, sublinhou o chefe de Estado, "não restam dúvidas de que trabalho para recuperação dos activos desviados será árduo e terá de ser levado a cabo ao longo de muitos anos", pelo que a cooperação internacional é um pilar essencial neste combate, já que grande parte dos activos desviados foram constituídos no exterior do país, sustentou.
Neste sentido, a Procuradoria-Geral da República (PGR) remeteu 24 cartas rogatórias e recebeu também 98 cartas de diferentes países que se encontram em tratamento.
"Não há esconderijo seguro para os bens de pessoas que os adquiriram lesando profundamente o erário público. A justiça angolana tudo fará para recuperar os recursos do Estado que tenham sido desviados, sejam quais forem as figuras singulares ou colectivas envolvidas", garantiu João Lourenço.