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Governador do Uíje lamenta falta de escolas e ver crianças a estudar debaixo de mangueiras

O governador da província do Uíje considerou esta Terça-feira “gritante” a falta de escolas na região, destacando ainda haver crianças a estudar debaixo de mangueiras e outras que recorrem à vizinha República Democrática do Congo para frequentar o ensino.

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José Carvalho da Rocha fazia o retracto da província, no norte do país, durante um encontro de trabalho com o chefe de Estado, João Lourenço, que iniciou uma visita de trabalho de dois dias.

Segundo o governador, a questão de infra-estruturas para a educação na província "é gritante".

"Aqui mesmo, na sua sede, ainda temos alunos a estudarem em escombros, temos alunos a estudarem debaixo das mangueiras e tem sido de facto um problema que nós temos estado a atacar", referiu José Carvalho da Rocha.

O governante frisou que são situações "muito gritantes", que se referem apenas à capital, que se "extrapolar para os diferentes pontos, a situação ainda continua a ser pior" que a que se vive na cidade do Uíje.

De acordo com o governador, há necessidade urgente da construção de escolas em zonas fronteiriças, por haver ainda alunos daquela província, "particularmente aqueles que vivem na região de fronteira, como Maquela do Zombo, Milunga, Quimbele, que atravessam a fronteira e estudam na República Democrática do Congo".

"É de facto, um problema que nós temos, que pensamos que precisamos de resolver esta questão", frisou, apontando a conclusão de obras de escolas, que se encontram paradas, umas por iniciativa de programas das administrações e outras decorrentes do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).

"Também importa referir que uma das nossas grandes dificuldades no sector da educação é também a existência de um número insignificante de professores, particularmente naquelas disciplinas mais específicas, como a matemática, física e outras ligadas às áreas das tecnologias", salientou.

Na província existem em funcionamento 1083 escolas do ensino primário, contudo, a província tem uma necessidade de mais 570 estabelecimentos escolares de vários níveis, dos quais 521 para o ensino primário.

No que se refere ao sector da energia, José Carvalho da Rocha disse que, nos 16 municípios que compõem a província, apenas três beneficiam de rede eléctrica.

O sector da água, prosseguiu o governador, apresenta também "muitas dificuldades", estando neste momento em desenvolvimento na cidade do Uíje um projecto que vai permitir mais 10 mil ligações domiciliárias.

"E temos, de tempos em tempos, entregado água potável a diferentes áreas aqui da cidade do Uíje, mas mesmo assim a situação é muito mais gritante nos diferentes municípios que temos na província, apesar de que com o projecto PIIM podemos construir pequenos sistemas de água, mas de facto a nossa população clama por sistema de água em todos os municípios que compõem a província", realçou.

O governador disse que algumas regiões da província se vêem a braços com o problema das ravinas, que "ameaçam colocar em risco a circulação de pessoas e bens nos municípios particularmente do Quimbele, Sanza Pombo, Milunga e Buengas".

No período da tarde desta Terça-feira, o chefe de Estado vai receber em audiência entidades religiosas, autoridades tradicionais, jovens e empresários.

No segundo e último dia da sua visita, João Lourenço vai visitar o futuro Centro Tecnológico da província e visitar a Feira Agrícola, montada na cidade, devendo regressar à capital do país, Luanda, ao fim da manhã de Quarta-feira.

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