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PGR está a analisar conflitos na Ordem dos Médicos, revela bastonária

A bastonária da Ordem dos Médicos de Angola (Ormed), Elisa Gaspar, fez saber que os conflitos noticiados esta semana sobre a ordem estão a ser apreciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelos Serviços de Investigação Criminal (SIC).

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A bastonária, que falava em conferência de imprensa, negou ter usado dinheiro da ordem para proveito próprio e acrescentou que vai avançar com duas queixas-crime contra o conselho regional norte por "calúnias".

De acordo com a bastonária, que sustentou as suas declarações distribuindo documentos aos jornalistas, a sua direcção já abriu dois processos-crime no Serviço de Investigação Criminal (SIC) e na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os acusadores.
"Não houve desvios de fundos e abrimos dois processos-crime no SIC e na PGR e acredito que todas essas questões de desvios de fundos e de património será resolvido em justiça porque nós quando caluniamos temos de ter provas", afirmou.

Elisa Gaspar, há mais de um ano no cargo de bastonária da Ormed, é acusada de "descaminho de fundos e gestão danosa" da instituição, entre os quais um alegado desvio de 19 milhões de kwanzas, e de "outros gastos injustificados".

A responsável disse ainda que o montante em questão foi usado entre Março e Dezembro do ano passado para pagar salários de funcionários internos, bilhetes de viagens e alojamento, transporte, combustível, reparações, água, electricidade, entre outros.

Para a bastonária da Ormed, alguns dos seus ex-colaboradores, já demitidos, "estão a liderar" a que denomina "campanha de difamação e de falsificação de documentos".

Recordou que o antigo director do seu gabinete foi afastado da instituição por falsificação de documentos, acusa os seus colegas de "ambição desmedida" e afirma que os 19 milhões de kwanzas foram cedidos à Ordem pela ministra da Saúde.

"Isso trata-se de um pouco de ambição desmedida dos colegas porque achavam que a Ordem tinha muito dinheiro e queriam usufruir dos fundos quando a mesma tem dificuldades", apontou.

Elisa Gaspar revelou também que quando assumiu o cargo "não havia nada" na Ormed e que encontrou uma dívida de 21 milhões de kwanzas, situação que a levou a solicitar o apoio à ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta.

"Quando cheguei aqui não tinha nada e pedi esses valores à ministra e quase 10 milhões de kwanzas foi para pagar salários, outros seis milhões foi para comprar todo o material informático e o que sobrou pagamos água, porque encontrei uma dívida de 21 milhões de kwanzas", explicou.

A direcção da Ormed anunciou, na segunda-feira, que a bastonária "continua em funções até ao final do seu mandato" e considerou a sua anunciada destituição como uma "tentativa de manipulação da opinião pública".

Em nota de esclarecimento enviada à Lusa, o gabinete de comunicação institucional da Ormed diz que tomou conhecimento da suposta destituição da sua bastonária por via da comunicação social.

Em declarações à imprensa, na Quinta-feira, Elisa Gaspar recordou que foi eleita "democraticamente" e que vai "cumprir o seu mandato" de três anos.

"Há sempre eleições e as pessoas têm de se preparar para as próximas eleições, fazerem as suas candidaturas, as suas campanhas e ganharem porque não pode ser por via da força", concluiu.

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