Localizada no Pólo Industrial de Viana, em Luanda, a linha de montagem entra em funcionamento na Quinta-feira, dia 15. Para já, a empresa está apenas a realizar testes e a dar formação aos trabalhadores.
A linha foi inaugurada pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, que destacou os “grandes esforços cambiais” para assegurar a importação deste tipo de produto, que custava aos cofres do Estado a média anual de três milhões de dólares.
Segundo o Jornal de Angola, a linha vai permitir à unidade fabril assegurar a produção de laminação a quente de barras, perfis, cantoneiras e varões de aço, aumentando assim a capacidade de instalada de 90 mil toneladas por ano.
Em 2010, a capacidade instalada era de 3000 toneladas por mês, tendo passado cinco anos depois para 7000 toneladas mensais e hoje para 12.000 toneladas/mês, com a produção 60 por cento abaixo das condições da empresa, devido à falta de sucata recebida e ao fornecimento insuficiente de energia. Actualmente a fábrica tem uma rede de fornecedores, que diariamente recolhem sucata em diversos locais do país, numa média diária de 250 toneladas.
A respeito disto, Manuel Nunes Júnior disse que o Governo está a trabalhar para alargar a aquisição de sucata, actualmente com 21 fornecedores, a todos os sectores da economia, passando a fazer parte as indústrias petrolíferas e mineira, além de outras não tradicionais na produção de sucata.
Espera-se que este investimento venha a criar cerca de 677 posto de trabalho (555 nacionais e 122 expatriados). Numa fase inicial, a unidade fabril deverá contar com a ajuda de 455 trabalhadores nacionais e 107 estrangeiros, adianta o mesmo jornal.
Esta aposta vem assim reforçar a economia nacional. A linha vai permitir ao país produzir barras, cantoneiras e perfis, produtos até então nunca produzidos em Angola. Por essa razão, espera-se que esses produtos venham ajudar o país a reduzir o número de importações deste tipo de elementos e, assim, diversificar a economia.
Além disso, a Fabrimetal pretende ainda ajudar a economia nacional através da exportação de 25 por cento da sua produção para países como a República Democrática do Congo, Namíbia, Zâmbia, Gana, Senegal, Mali, entre outros.
Na sua intervenção, Manuel Nunes Júnior frisou que o executivo tem focado a sua acção governativa no aumento da produção nacional, tendo como base a revitalização da base produtiva do país, com vista ao relançamento do crescimento económico e o aumento do número de empregos em Angola.
“Temos de retomar a trajectória de crescimento económico do nosso país, como sabemos foi interrompida com a crise económica financeira que eclodiu em 2014”, disse.
A Fabrimetal faz parte do grupo MMD Steel. Há cerca de 10 anos no sector, a empresa está presente em vários países: Angola, República Democrática do Congo, Ruanda, Mali, Gana, Burkina Faso e Senegal.
"A proliferação industrial na zona do Pólo Industrial de Viana impulsionou a economia local, criando as condições para que, hoje, mais de 500 angolanos estejam envolvidos na produção de varões. A Fabrimetal orgulha-se em recrutar e formar trabalhadores locais, contribuindo para o aumento da estabilidade financeira de muitas famílias, fomentando um enorme sentido de orgulho na produção doméstica e continua a desenvolver planos de expansão, para a empresa e para a equipa", diz a empresa, em comunicado citado pelo Jornal de Angola.