"Está igualmente em curso um programa inclusivo para dar maior oportunidade de acesso à escola às meninas, sobretudo das zonas rurais que por entraves culturais e estereótipos sociais são, desde tenra idade, marginalizadas e empurradas para o trabalho infantil e gravidez precoce", disse o chefe de Estado, durante o Fórum Global da Unesco sobre Educação.
Admitindo que o sector da educação foi bastante afectado pela pandemia, revelou que mais de 13 milhões de alunos matriculados no presente ano lectivo "viram-se temporariamente confinados em casa e privados do acesso às aulas".
"Decidimos pelo retorno gradual das aulas, a partir do passado dia 5 de Outubro, tendo, para o efeito, elaborado um calendário lectivo reajustado com os respectivos programas mínimos e orientações metodológicas", explicou.
Contudo, apesar do "quadro sombrio" que o país vive devido à pandemia de covid-19, o Presidente da República fez saber que Angola "não se resigna à agressividade do vírus e com resiliência vem implementando medidas para mitigar os efeitos negativos da pandemia nas mais diversas áreas da vida social".
Uma das medidas adoptadas para combater este problema foi a alocação de "verbas extraordinárias" às escolas com o objectivo de assegurar a "sustentabilidade do processo de ensino e devolver aos alunos, professores e às famílias a esperança e a confiança numa vida escolar segura".
No seu discurso, João Lourenço destacou ainda o programa 'Valor Criança', que está a ser implementado em três províncias do país no âmbito do Sistema Integrado de Gestão da Acção Social, "cuja acção incide na prevenção da má nutrição e promoção da saúde infantil, no registo de nascimento e na inserção no sistema de ensino, atribuindo apoio financeiro directo às famílias mais pobres".
Realçou também que o programa de fortalecimento da protecção social através de transferências monetárias (Kwenda), desenvolvido em parceria com o Banco Mundial, está a ter um impacto positivo na vida das famílias e comunidades.
"Outra prioridade prende-se com a formação e capacitação dos professores e gestores escolares para lidar com a nova abordagem da escola em contexto da covid-19, dando-lhes ferramentas que coloquem a sua acção em prol da defesa da vida e da construção do conhecimento", afirmou.
Fez ainda saber que apesar dos "diversos condicionalismos", o Executivo está a desenvolver "um programa que visa a massificação do uso das novas tecnologias de informação e comunicação e da Internet nas escolas do ensino secundário, tendo já sido aprovada a modalidade do ensino à distância e semi-presencial".
"Encontra-se em fase final o processo de revisão, actualização e melhoramento dos manuais escolares e instrumentos correlacionados do ensino geral, sendo que por esta via se estima promover e melhorar o ensino e aprendizagem", completou.