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Reformas continuam em Angola mas instabilidade social pode aumentar, considera Fitch Solutions

A consultora Fitch Solutions considerou esta Segunda-feira que o Governo angolano vai continuar a agenda reformista nos próximos trimestres, mas alerta que as acusações de corrupção colocam riscos elevados para a estabilidade social.

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"Antevemos que o Presidente João Lourenço vá continuar com a sua agenda de reformas nos próximos trimestres, garantindo a continuidade política, mas acreditamos que as recentes alegações de corrupção contra o seu Governo, juntamente com a degradação das condições económicas, vão colocar riscos elevados para a estabilidade social", lê-se numa análise sobre a economia de Angola.

No relatório, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os analistas desta consultora detida pelos mesmos donos da agência de notação financeira Fitch Ratings assinalam que "já se assistiu a um aumento dos protestos na capital, Luanda, em Setembro e Outubro, em resposta quer a notícias sobre corrupção, quer à implementação violenta das medidas de distanciamento social por parte das forças policiais".

João Lourenço, lembram, "prometeu um 'milagre económico' quando foi eleito, mas as condições económicas continuaram a degradar-se, com a economia a dever contrair-se 4 por cento este ano, estando em recessão pelo quinto ano consecutivo, e a inflação a subir pelo 11.º mês consecutivo em Setembro, subindo para 23,8 por cento, o que afecta o rendimento das famílias".

O desemprego, acrescentam, também subiu para 32,7 por cento no segundo trimestre, "o que deverá aumentar os episódios de instabilidade social nos próximos trimestres".

Esta Segunda-feira, o Instituto Nacional de Estatística apresentou o crescimento da economia sobre o segundo trimestre, revelando uma quebra de 8,8 por cento face ao período homólogo de 2019, que se junta à ligeira contracção registada nos primeiros três meses do ano, de 0,5 por cento.

Ainda assim, salientam, o Governo deverá manter a agenda de reformas, o que vai ajudar a equilibrar a economia e a recuperar o investimento externo de que Angola necessita para relançar o crescimento económico.

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