Segundo o embaixador angolano Gilberto Veríssimo, o órgão a que preside tem pela frente enormes desafios, porque a região "não tem até ao momento nenhum tipo de integração formal e nem física".
"Os países não estão ligados fisicamente, ou seja, dificilmente se sai de um país para o outro por estrada, a nossa costa de 3000 quilómetros não é utilizada para a ligação física entre os países", afirmou.
A CEEAC é composta por 11 países: Angola, Burundi, Camarões, Gabão, Guiné Equatorial, República Centro Africana, República do Congo, República Democrática do Congo, Ruanda, São Tomé e Príncipe e Chade.
O diplomata, que falava em Luanda, no âmbito de uma reunião com o Ministério da Economia e Planeamento e empresários angolanos sobre o "aumento das trocas comerciais entre os países da CEEAC", lamentou a ausência de integração económica regional.
"Não há integração económica, porque a maior parte dos países, entre os quais Angola, não assinou ainda o acordo de zona de livre comércio africana, portanto não temos pautas aduaneiras comuns", disse.
Então, "isso cria dificuldades de entrada e saída de produtos, mas há, entretanto, uma integração social que é informal, essa ligação física também é informal porque para sair de Angola para o Congo, por exemplo, é preciso visto", notou.
Para o diplomata angolano, os processos de integração que já existem "precisam de ser formalizados" para a sua consequente integração da economia regional.
"Porque quando dizemos que a taxa de comércio entre países da região é 1,9 por cento, será isso verdade?", questionou.
"É apenas um dado formal, porque há outro processo de comércio que não é contado, precisamos, então, de contar para que isso também seja integrado na nossa economia para que possamos dizer com exactidão", observou.
O encontro com os empresários angolanos "enquadra-se no âmbito da visão da CEEAC de integração económica e financeira", realçou, recordando que Angola tem produção e um Produto Interno Bruto (PIB) elevado para congregar os outros membros.
Gilberto Veríssimo anunciou ainda, na ocasião, que o órgão a que dirige vai criar, durante este mandato, um centro de acompanhamento do processo de industrialização dos países.
"Vamos também fazer isso. Angola está a industrializar-se e qual é a situação de outros membros, para que este desenvolvimento industrial sirva principalmente a região?", concluiu.