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Economia

Associação Industrial apela a Portugal para financiar também pequenas e médias empresas

A Associação Industrial de Angola (AIA) apelou, em Luanda, ao Governo português que financie, além das grandes, as pequenas e médias empresas portuguesas há muitos anos instaladas no país e que "resistiram às suas várias intempéries".

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"Portugal tem em muitas das nossas empresas - na agricultura, nas pescas, na indústria - a bandeira portuguesa. São cidadãos portugueses que estão aqui e que resistiram a todas as nossas intempéries e eu vejo, preocupado, que quando há linhas de crédito de Portugal, só os grandes grupos é que ficam com o dinheiro", referiu José Severino.

O presidente da AIA, que falava à margem da 4.ª edição da Expo-Indústria, que arrancou em Luanda, considerou "muito importante" a presença na feira de algumas empresas de capital português.

Segundo José Severino, a posição foi já abordada num recente encontro com a AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), no sentido de se encontrar uma estratégia para beneficiar aquelas empresas portuguesas presentes em Angola há vários anos "e não só as grandes empresas".

O dirigente associativo disse que esses pequenos e médios empresários portugueses estão presentes do Vale do Cavaco, província de Benguela, no Zaire, no Huambo, na Humpata (Huíla) entre outras regiões de Angola.

"Eles estão lá, são resilientes e estamos a pedir ao Governo português que quando fizer linhas de crédito para também contemplar as médias e pequenas empresas, e não ficar só com as grandes, são importantes, movem-se melhor nos cenários políticos, mas a presença de Portugal aqui como economia tem que ser muito mais abrangente", considerou.

O responsável da AIA acrescentou que na Huíla ou Humpata encontram-se “pessoas com ‘know-how', com saber”. “Estão lá, fazem muita coisa, mas falta fluxo, não basta pensar que os bancos têm que financiar, mas se há dinheiro para as grandes empresas, também tem de haver dinheiro para os pequenos e médios empresários portugueses em Angola", reforçou.

O presidente da AIA frisou que a associação que lidera é reflexo da cooperação com Portugal, um país com vantagens competitivas. "Achamos que com um Governo que agora está muito mais aberto à cooperação e que ganhou as eleições, está um bom corredor para reforçar a cooperação entre os dois países", opinou.

Para José Severino, as boas relações com as associações portuguesas, nomeadamente com de Aveiro, de Lisboa, metalomecânica e AICEP, devem ser reforçadas, mas "com espírito de paridade".

"O facto de a lei dizer que hoje o investidor estrangeiro não precisa de ter parceiro é uma questão meramente jurídica, do ponto de vista empresarial, é um erro vir para Angola sem ter um parceiro angolano, assim como se um industrial angolano quer ir para Portugal, vai entrar num hábito que não conhece, é melhor ir buscar um parceiro português", frisou.

O presidente da AIA considerou que a 4.ª edição da Expo-Indústria, que decorre até Sábado, com mais de 300 expositores, representa um sinal de resiliência, perante a crise económica e financeira que Angola atravessa.

"Mas se os desafios são grandes também precisamos de ter pertinência, capacidade, argúcia, para com o Governo podermos encontrar melhores soluções", notou.

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