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Domingos da Cruz lança livro sobre racismo em Angola para “levantar a discussão”

O professor universitário angolano Domingos da Cruz considerou, no lançamento do livro sobre o racismo em Angola, que "a intenção é levantar a discussão" sobre um tema que está votado ao silêncio.

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"A intenção é levantar uma questão sobre a qual há um silêncio, é uma conversa sobre os silêncios que pairam sobre a sociedade angolana, e um desses silêncios é sobre as relações inter-raciais", disse Domingos da Cruz, em Lisboa, na apresentação do livro “Racismo, Machado Afiado em Angola”.

Para Domingos da Cruz, o país "foi construído à base do improviso do dia-a-dia, mas um projecto político de nação tem de necessariamente discutir o problema racial".

O racismo, apontou, "é em si uma forma de violência, exclui uns, subalterniza outros, e é preciso discutir a questão se queremos construir uma sociedade séria".

No livro, de 150 páginas e editado pela RCP Edições, Domingos da Cruz escreve que "o racismo é um crime grave, leva a massacres e outros actos hediondos, por isso qualquer sociedade deve combater o racismo com todos os recursos disponíveis, exceptuando a violência".

Domingos da Cruz é licenciado em Filosofia e Pedagogia pelo Instituto Dom Bosco de Estudos Superiores, com um mestrado em Ciências Jurídicas pela Universidade Federal da Paraíba, no Brasil, e tem oito livros já publicados.

O docente universitário e activista adaptou também a obra 'From Dictatorship to Democracy: A Conceptual Framework for Liberation', escrita por Gene Sharp, o que lhe valeu a prisão em Angola há quatro anos. Esta obra inspirou os activistas, com idades entre os 19 e os 37 anos, entre os quais o luso-angolano Luaty Beirão, que foram condenados, a 28 de Março de 2015, a penas de prisão efectiva entre dois anos e três meses e oito anos e seis meses, por actos preparatórios para uma rebelião e associação de malfeitores.

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