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Consultora: medidas do BNA mostra que o país “está a falar a sério” sobre reforma cambial

A consultora Capital Economics considerou que as medidas cambiais do Banco Nacional de Angola mostram que o regulador financeiro "está a falar a sério" sobre a reforma cambial no país, mas os investidores ainda estão cépticos.

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"A decisão do BNA de abandonar a limitação de variação e permitir que o kwanza oscile livremente sugere que os decisores políticos finalmente estão a falar a sério sobre a reforma cambial", escreve o analista que acompanha a economia nacional.

Numa nota sobre a política cambial do país, enviada aos clientes e a que a Lusa teve acesso, John Ashbourne argumenta, no entanto, que "depois de várias falsas partidas, os investidores vão querer esperar para ver se o Governo realmente vai em frente com o processo".

Para John Ashbourne, o banco central "pode ter sido forçado a afrouxar o controlo cambial devido à crescente divergência entre o mercado paralelo e a taxa oficial de câmbio", sendo que "a queda das reservas estrangeiras do Banco também pode ter desempenhado um papel".

Esta "mudança política bastante dramática", disse, vai implicar um aumento da inflação a curto prazo, mas a longo prazo os efeitos não são tão claros: "Os decisores políticos, no passado, também já fizeram várias promessas de remover a limitação de oscilação, mas depois na prática não o fizeram", lembra o analista, alertando que "podem perder a coragem outra vez".

A consultora Capital Economics espera, assim, que a inflação termine o ano nos 18 por cento, abrandando depois para 17,5 por cento em 2020 e para 15,5 por cento em 2021.

No que diz respeito às previsões sobre o andamento da economia, os analistas também reviram as estimativas, antecipando agora uma recessão de um por cento este ano e uma recuperação de um por cento em 2020, que acelerará para 1,5 por cento em 2021.

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