Segundo Rui Carreira, presidente da Comissão Executiva da companhia aérea, que a 20 deste mês, num decreto presidencial, passou a sociedade anónima, o processo de modernização passa pela "substituição da frota", pelo que as novas aquisições, sobretudo para o médio curso, visam a conquista do mercado africano.
Apesar de não haver ainda rotas definidas, as avaliações do mercado começarão em breve, uma vez que há "bons indicadores", sublinhou Rui Carreira, que não adiantou o valor financeiro em causa.
"Mas não queremos fazer com muita antecedência, porque o mercado é bastante volátil; cresce e retrai-se, pelo que, na devida altura, anunciaremos os novos destinos", indicou, em declarações à agência noticiosa angolana Angop.
Em relação à frota de longo curso, lembrou que, na recente visita aos Estados Unidos, o Presidente, João Lourenço, lançou os dados sobre aquilo que será a renovação da frota da TAAG.
Quarta-feira, em Nova Iorque, João Lourenço anunciou que as autoridades de Luanda estão a negociar um novo pacote para a aquisição de novos aviões da Boeing destinados à TAAG. No entanto, não adiantou o número de aparelhos, nem o valor financeiro em causa, indicando tratar-se de aviões destinados a operações de médio e longo cursos.
A compra de novos aviões, que deverá ser concretizada até 2020, vai permitir à TAAG concorrer em igualdade de circunstâncias com outras companhias do sector.
A decisão tem como pano de fundo a conclusão das obras de construção do novo aeroporto de Luanda, assim como a transformação da TAAG em sociedade anónima, decisão decretada por João Lourenço a 20 deste mês.
A actual frota da TAAG é composta por 13 aviões Boeing, três dos quais 777-300 ER, com mais de 290 lugares, e que foram recebidos entre 2014 e 2016. A companhia conta também com cinco 777-200, de 235 lugares, e outros cinco 737-700, com capacidade para 120 passageiros, estes utilizados nas ligações domésticas e regionais.
Este Sábado, Rui Carreira indicou que a TAAG está a preparar-se para acolher as grandes iniciativas que dizem respeito ao lançamento do turismo em Angola.
Sobre o posicionamento da TAAG no mercado, o antigo director do Instituto Nacional de Aviação Civil (INAVIC) disse que esta é uma empresa viável, que sempre cumpriu a sua missão, voando actualmente para mais de 30 destinos.
Reconheceu, no entanto, que a TAAG ainda é uma empresa deficitária, que enfrenta problemas relacionados, essencialmente, com questões operacionais e de preço dos combustíveis, com custos muito elevados.
Neste momento a TAAG não tem lucros, fixando-se as receitas entre os 700 milhões a 800 milhões de dólares por ano, um quadro que o novo Conselho de Administração, nomeado a 20 deste mês, pretende inverter.