As propostas, adiantou, juntam-se a 5000 outras aprovadas durante a gestão das extintas Agência Nacional para o Investimento Privado (ANIP), Unidade Técnica para o Investimento Privado (UTIP), Agência para Promoção de Investimento e Exportações de Angola (APIEX) e Unidades Técnicas de Apoio ao Investimento Privado UTAIP.
Lello Francisco apontou como o "mais abrangente" entre as propostas aprovadas pela AIPEX um projecto agrícola para produção de milho e soja em Malanje, cifrado em 30 milhões de dólares.
Outro projecto que destacou é o da modernização da Vidrul, em Luanda, em que serão investidos cerca de 20 milhões de dólares na substituição dos actuais fornos e na produção de recipientes de vidro para bebidas alcoólicas, refrigerantes e outros produtos.
Conta-se também um projecto de 50 milhões de dólares para a construção de um parque industrial no Bengo, especializado na produção de vasilhame em cerâmica e vidro para diversas utilidades.
Lello Francisco, que administra a área de avaliação de propostas de investimento, estudos e acompanhamento de projectos da AIPEX, garantiu que as condições para o arranque destes projectos estão "totalmente criadas" e que, no conjunto, resultam na oferta de 3000 postos de trabalho.
Estes projectos, acrescentou, têm em comum serem financiados pelos próprios investidores com recurso ao crédito bancário e de terem o potencial para reduzir as importações dos produtos a que se dedicam.
O administrador notou que um dos critérios para a aprovação de propostas de investimento é o dos investidores provarem ter capacidade financeira para suportar os projectos, apesar de a nova Lei de Investimento Privado não definir nenhum valor como premissa para investir no país.
O responsável manifestou preocupação por a maior parte dos investidores tender a investir em Luanda, em detrimento de outros pontos do país, até mesmo para produções em que os recursos não são abundantes nesta região, como é o caso de uma fábrica de lacticínios na Zona Económica Especial Luanda-Bengo, no qual são investidos cerca de 50 milhões de dólares.
A AIPEX, criada em Março de 2018, substituiu a UTIP, a UTAIP e a APIEX, instituídas depois da extinção da Agência Nacional para o Investimento Privado (ANIP), em 2015.
Entre as dificuldades que AIPEX enfrenta, o administrador realçou a falta de recursos financeiros e de humanos de qualidade para que a instituição possa deslocar técnicos para acompanhar a execução dos projectos aprovados.
"Neste momento temos cerca de 115 funcionários, mas necessitamos de 260", sublinhou.
Apesar das dificuldades, indicou, a agência está a desenvolver várias acções, com destaque para a instituição do programa de Promoção e Captação de Investimento Privado (PROCIP), para cuja aprovação o executivo já se manifestou disponível.
O PROCIP define cinco objectivos estratégicos visando a promoção e captação de investimento e a valorização de Angola como destino de investimento directo estrangeiro.
Com base no programa, estão a ser identificados países e empresas com potencial e com actividades nos sectores prioritários para o Governo, a agricultura, agro-indústria, indústria transformadora e pescas, entre outros.