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Ambiente

Angola quer manter produção de petróleo acima dos 1,4 milhões de barris por dia até 2022

O ministro dos Recursos Naturais e Petróleos afirmou que o Governo pretende manter a produção de petróleo acima de 1,4 milhões de barris/dia até ao final da legislatura, em 2022.

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Diamantino Azevedo, que falava nas Primeiras Jornadas Científicas e Técnicas sobre a Metodologia da Classificação e Cálculos dos Recursos Minerais Sólidos e Hidrocarbonetos, que decorrem no Sumbe, província do Kwanza Sul, lembrou, citado pela Angop, que o Governo aprovou cinco novas leis para reverter a tendência de declínio da produção e fomentar a prospecção e exploração de alguns depósitos já descobertos, bem como a simplificação nos procedimentos administrativos para facilitar os investimentos.

Assegurando que existem algumas descobertas de gás não associado ao petróleo, o ministro salientou a necessidade do desenvolvimento dos campos petrolíferos, uma vez que já existe uma legislação específica que torna seguros os investimentos feitos na pesquisa e exploração.

No passado dia 15 de Outubro, a Lusa noticiou, com base em dados do relatório mensal da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que a produção petrolífera nacional cresceu em Setembro o equivalente a 57.000 barris diários face a Agosto, mantendo-se como segundo maior produtor africano, atrás da Nigéria.

Em Setembro, Angola atingiu uma produção diária de 1,519 milhões de barris de crude, face aos 1,462 milhões do mês anterior (valor revisto em alta face aos primeiros dados), com dados baseados em fontes secundárias da organização.

A Nigéria, líder africana na produção de crude, viu crescer a sua produção diária em 26.000 barris de crude, alcançando os 1,748 milhões de barris por dia em Setembro.

Durante praticamente todo o ano de 2016 e até Maio de 2017, Angola liderou a produção de petróleo em África, posição que perdeu desde então para a Nigéria.

A produção naquele país foi condicionada entre 2015 e 2016 por ataques terroristas, grupos armados e instabilidade política interna.

O acordo entre os países produtores de petróleo para reduzir a produção e fazer aumentar o preço do barril obrigou Angola a cortar 78.000 barris de crude por dia com efeitos desde 1 de Janeiro de 2017, para um limite de 1,673 milhões de barris diários.

Um acordo que Angola terá “furado” em Outubro do ano passado, ao produzir 1,689 milhões de barris por dia, segundo os dados da OPEP com base em fontes secundárias.

O último relatório da OPEP refere também que, em termos de "comunicações directas" à organização, o nosso país terá produzido 1,489 milhões de barris de petróleo por dia em Setembro.

Os números apresentados pela OPEP contrariam assim as "comunicações directas", que apontam para um crescimento da produção de Angola de apenas 8.000 barris diários, face a Agosto.

Angola enfrenta desde final de 2014 uma profunda crise económica, financeira e cambial decorrente da forte quebra nas receitas petrolíferas.

Em menos de dois anos, o país viu o preço do barril exportado passar de mais de 100 dólares para vendas médias, no primeiro semestre de 2016, de 36 dólares por barril, segundo dados do Ministério das Finanças local.

Na reunião realizada no Sumbe, e em relação ao sub-sector mineiro, Diamantino Azevedo realçou que Angola é um país onde existe uma exploração diamantífera significativa, destacando a necessidade de também se organizar o sector.

"Queremos que grande parte desta produção seja lapidada e polida no país, o que requer mais investimentos", frisou, defendendo a formação contínua de quadros.

Nas jornadas, com a duração de cinco dias, os participantes vão abordar temas como "Metodologias da Classificação e Cálculo de Reservas dos Recursos Minerais Sólidos", "Os Factores Modificadores e as Reservas Minerais", "Métodos Deterministas para Estimativas de Recursos e Reservas Minerais" e "Modelagem Preliminar de Recursos Minerais".

Participam no encontro quadros do Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos, Endiama e Ferrangol.

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