Ver Angola

Banca e Seguros

Banca mantém resiliência com aumento dos fundos e dos resultados em 2016

Em 2016, o volume de activos agregado das instituições financeiras angolanas incluídas na 12.ª edição do estudo ‘Banca em Análise’ da Deloitte, apresentada em Angola, fixou-se nos 8,7 mil milhões de kwanzas.

:

O resultado líquido total dos bancos em análise registou um crescimento de cerca de 55 por cento no mesmo período, para os 174.019 milhões de kwanzas, valor que incorpora a valorização dos activos e passivos em moeda estrangeira ao câmbio oficial.

Na posição relativa entre os cinco maiores bancos do mercado nacional, o BPC continua a liderar a lista com um activo total de 1,7 mil milhões de kwanzas, seguido pelo BAI, BFA, BIC e ATL. Os cinco maiores bancos representam 73 por cento do total do activo dos bancos em estudo e o seu activo registou um aumento de 23 por cento face ao ano anterior.

“O sector bancário angolano demonstrou em 2016 um elevado grau de resiliência. Apesar da conjuntura económica adversa materializada nos níveis historicamente baixos da cotação do petróleo nos mercados internacionais, conseguiu alcançar um desempenho positivo, sendo de destacar o reforço dos fundos próprios dos bancos, que registaram um aumento de cerca de 26 por cento face a 2015”, salienta Duarte Galhardas, presidente da Deloitte em Angola, em comunicado remetido em Angola.

José Barata, sócio e líder do sector financeiro da Deloitte em Angola, refere que “o estudo destaca a trajectória positiva do sector bancário em Angola, consubstanciada na melhoria de uma parte significativa dos indicadores e rácios de relevo para o sector, como o aumento significativo do valor dos depósitos de clientes ou o aumento da utilização de meios electrónicos de pagamento”, acrescentando que “adicionalmente, importa sublinhar o aumento global da margem financeira e dos resultados líquidos do exercício dos bancos analisados nesta edição”.

“Neste período é ainda de destacar a adopção plena das Normas Internacionais de Contabilidade e de Relato Financeiro e a fusão do Banco Privado Atlântico com o Banco Millennium Angola, dois acontecimentos que tiveram impacto em termos de metodologia e nas bases de preparação do nosso estudo. Face aos desafios económico-financeiros com que o país se tem vindo a defrontar e ao aumento significativo de exigência e complexidade em matéria de regulação e de supervisão bancária emanada pelo Banco Nacional de Angola, é provável que exista um incremento nos movimentos de consolidação do sector bancário no futuro próximo”, conclui José Barata.

De acordo com a 12.ª edição do estudo ‘Banca em Análise’, em 2016, o peso dos depósitos em moeda nacional manteve a sua tendência de crescimento em detrimento da moeda estrangeira, passando a representar 67 por cento dos depósitos totais. O valor total dos depósitos de clientes no sector bancário nacional foi de 7,04 mil milhões de kwanzas nesse ano, representando um crescimento de 16 por cento face a 2015, valor que incorpora o efeito da valorização dos depósitos em moeda estrangeira ao câmbio oficial.

O crédito líquido a clientes registou também um aumento em comparação com o ano anterior. Considerando os bancos analisados, o total de crédito líquido ascendeu a 3,06 mil milhões de kwanzas, o que representa um crescimento de 12 por cento face a 2015, com o BPC, o ATL, o BAI, o BIC e o BFA a liderarem na concessão de crédito. Esta variação incorpora o efeito da valorização dos créditos concedidos em moeda estrangeira ao câmbio oficial.

O estudo demonstra ainda que o reconhecimento de perdas para o crédito dos bancos aumentou cerca de 0,4 por cento. No que se refere ao rácio de crédito vencido, este manteve-se nos 13 por cento.

Factos e números da 12.ª edição do ‘Banca em Análise’:

  • Meios electrónicos de pagamento mantêm tendência crescente - O número de Cartões Multicaixa Vivos (cartões que apresentem pelo menos uma utilização) aumentou de 3,4 milhões, em 2015, para 3,6 milhões, em 2016. No entanto, verificou-se uma diminuição dos Cartões Válidos (cartões emitidos que estão dentro do prazo de validade), de cerca de 4,7 milhões em 2015 para 4,6 milhões em 2016;
  • Reforço da rede de terminais de pagamentos - O número de Caixas Automáticas (ATM) e Terminais de Pagamento Automático (TPA) registou um crescimento de cinco por cento e 10 por cento, respectivamente. O número de ATM aumentou de 2776, em 2015, para 2911, em 2016, e o número de TPA cresceu para 67.496 terminais em 2016 face aos 61.496 em 2015;
  • Número de transacções atinge novo recorde - Em 2016 registou-se um crescimento global de 18 por cento no número de transacções face a 2015, tendo as transacções realizadas em ATM aumentado 11 por cento e as transacções efectuadas em TPA quase 41 por cento;
  • Crescimento no número de depósitos - O valor total dos depósitos de clientes no sector bancário nacional era de cerca de 7.042.672 milhões de kwanzas no final de 2016, um crescimento de 16 por cento face a 2015;
  • Aumento de balcões e colaboradores - O número de balcões aumentou de 1736 em 2014 para 1865 em 2015, um crescimento de sete por cento. Verificou-se também um ligeiro aumento de cinco por cento no número de colaboradores afectos ao sector financeiro (de 20.671, em 2014, para 21.648, em 2015).

Permita anúncios no nosso site

×

Parece que está a utilizar um bloqueador de anúncios
Utilizamos a publicidade para podermos oferecer-lhe notícias diariamente.