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Novo Mussulo vai ter “tuk-tuk” e o dobro das camas para turistas

O plano director da península do Mussulo, referência do turismo na capital, prevê a duplicação para 400 camas de alojamento, construção de vários resorts e vivendas, criação de reservas ambientais e essencialmente “tuk-tuk” eléctricos para deslocações no interior.

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As propostas foram apresentadas em Luanda, na sessão de consulta pública do plano director para requalificação da também conhecida como "ilha" do Mussulo, que na prática é um banco de areia, com 99 quilómetros de costa, ligado a terra. Praticamente inacessível de carro, actualmente existem ali resorts de luxo, restaurantes, condomínios e várias praias.

O processo decorre desde 2011, com a criação pelo Governo de um gabinete técnico para estudar propostas para aquela área e com a contratação de consultoras, nacionais e internacionais, para as ideias de intervenção, a realizar até 2032, liderado pela empresa de projectos e planeamento urbano Urbinveste, cuja directora-geral é Isabel dos Santos.

A península abrange uma área de 3355 hectares – excluindo da intervenção deste plano as ilhas existentes nas águas interiores – sendo 84 por cento desse território de paisagem natural e apenas 16 por cento de solo urbanizado.

Por este motivo, durante a apresentação pública, Philip Bonds, da consultora Broad Malyan – uma das contratadas para este projecto de requalificação – avançou com a necessidade de criação de zonas de protecção dos ecossistemas, como por exemplo ao nível da costa voltada ao oceano Atlântico, para protecção da duna.

O mesmo deverá acontecer noutras áreas do Mussulo onde é possível avistar-se golfinhos, baleias, tartarugas e outras espécies, rentabilizando essa protecção com a criação de pontos de avistamento para turistas.

Defendeu ainda que será necessário, no âmbito do reordenamento da área urbanizada, a criação de uma via principal no interior da península, com posteriores ramificações para as zonas de habitação e alojamento, concentrando o transporte terrestre em “tuk-tuk” eléctricos, enquanto as ligações a terra serão essencialmente garantidas por "barcos-táxi".

Neste novo desenho do Mussulo mantêm-se os actuais ferryboats de serviço público, assumindo-se o objectivo de potenciar as ligações com os três pontos de atracagem ao longo da península. A possibilidade de reassentamento de moradores, actualmente a viverem em "habitações informais" no Mussulo está também em cima da mesa, no âmbito desta proposta, que continua em discussão antes de ser submetida ao Governo, para análise.

Vivem actualmente no Mussulo, segundo os dados do levantamento feito para este estudo, 15.300 pessoas em residências permanentes e 3700 em segundas residências, contando a península com quatro escolas, um quartel de bombeiros, dois centros de saúde e 200 camas em oito resorts.

Contudo, as reservas de água doce não são suficientes para as necessidades actuais, não existindo tratamento de saneamento e a produção de electricidade é assegurada por geradores.

Além da melhoria das infra-estruturas básicas, segundo Pedro Silva, da KPMG, outra das empresas consultoras, o objectivo passa por duplicar a capacidade de alojamento para 400 camas, com a construção, entre 2019 e 2021, de dois novos resorts de quatro estrelas e um de cinco estrelas, avançando posteriormente a edificação de um "Eco Resort".

Ainda segundo os contributos da KPMG para este projecto, a requalificação daquela ilha, aproveitando o destino de segunda habitação, passa pela construção, entre 2020 e 2032, de 100 vivendas, cada uma com uma área de 2.00 metros quadrados (m2), 175 com 1.500 m2, 100 com 800 m2, 75 casas geminadas de 300 m2 e 50 apartamentos de 75 m2. Envolverá a construção de novas escolas, centros médicos e instalações da polícia e bombeiros.

A consolidação do Mussulo como destino turístico nacional e internacional, prevendo-se uma profunda limpeza das áreas de praia, é o objectivo. Este modelo concentrará mais de 80 por cento da população local na área do turismo e cerca de 10 por cento nas actividades ligadas à pesca, também tradicional localmente.

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