Em comunicado alusivo ao Dia Mundial da Saúde Mental, que hoje se assinala, o Ministério da Saúde angolano refere que actualmente as condições disponíveis em Angola não permitem que os primeiros socorros psicológicos estejam disponíveis quando ocorrem situações de crise.
A nota sublinha que uma maior formação de quadros em primeiros socorros psicológicos vai permitir que os serviços de emergência responsam de forma natural, solidária e prática aos desafios do presente e do futuro, numa resposta multissectorial.
Para atingir os níveis desejados, o Ministério da Saúde compromete-se em utilizar as ofertas de formação nessa área da Organização Mundial de Saúde (OMS), com vista ao reforço da preparação e resposta a situações de crise humanitária.
Sobre a data, o director clínico do Hospital Psiquiátrico de Luanda, o único dessa especialidade no nosso país com um atendimento diário de 70 pessoas com perturbações mentais, disse que é necessário estender-se a saúde mental às unidades periféricas da capital.
Landu Geraldo frisou que faltam igualmente centros de atenção psicossocial, para apoio na comunidade com os trabalhos de reabilitação dos doentes.
A OMS refere numa mensagem alusiva à data, que desde 2011 tem vindo a realizar cursos de formação em Primeiros Socorros Psicológicos, tendo sido elaborado um manual para orientar os países como parte dos esforços para reforçar a preparação e a resposta em situações de crise humanitária.
Na mensagem, a directora regional para África da OMS, Matshido Moeti, exortou os países a utilizarem o manual para formar mais pessoas, que sejam capazes de prestar primeiros socorros psicológicos nas situações de emergências.
"Lanço também um apelo aos países para que aumentem o acesso aos serviços sociais e de saúde mental para todos os que precisem de ajuda nesta área e não apenas de primeiros socorros psicológicos", apelou a directora.
De acordo com o Ministério da Saúde, o abuso do álcool e de drogas, a violência doméstica, o stresse da vida moderna, particularmente no meio urbano e as consequências ainda visíveis de longos anos de conflito armado, estão entre os principais factores com forte impacto na saúde mental em Angola.