O governante falava na sede do Ministério da Finanças, em Luanda, onde recebeu em audiência a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação de Portugal, Teresa Ribeiro, que cumpria Quinta-feira o segundo de três dias de visita oficial a Angola.
Os atrasos nas transferências cambiais, de empresas e trabalhadores expatriados em Angola, bem como a demora no pagamento de contratos públicos estiveram em cima da mesa neste encontro.
"A situação de Angola ainda não está totalmente resolvida, ainda continuamos a assistir a alguns desequilíbrios na nossa balança de pagamentos, mas têm sido feitos todos os esforços no sentido de, à medida que vamos reduzindo a pressão sob a balança de pagamentos, também melhorar os procedimentos para irmos liquidando paulatinamente os nossos compromissos com os trabalhadores e as empresas, não só portuguesas, mas neste caso portuguesas", afirmou o ministro.
Há trabalhadores expatriados portugueses que se queixam de quase um ano de atraso nas transferências de salários para Portugal, situação justificada pelo Governo com a crise financeira, económica e cambial decorrente da forte quebra nas receitas petrolíferas.
Milhares de trabalhadores estrangeiros já terão abandonado nos últimos meses o país, devido à crise.
"Temos consciência que ao procedermos dessa forma reconquistámos a confiança, que é um elemento chave para a dinamização dos mercados e das economias", disse Archer Mangueira, que assumiu funções há menos de um mês.
"Angola continua muito empenhada, na medida das possibilidades, que nós compreendemos, em ir libertando as transferências cambiais para liquidação de encargos às empresas portuguesas. Isso é também uma notícia importante e agradecemos muito a Angola o esforço que estão a fazer", afirmou aos jornalistas, no final da reunião com o ministro das Finanças, a secretária de Estado portuguesa, Teresa Ribeiro.
Depois desta audiência, a governante portuguesa reuniu-se em privado com empresários nacionais instalados no país.
