A Comissão Nacional Intersectorial de Desminagem e Assistência Humanitária (CNIDAH) reuniu Quinta-feira em Luanda com os principais doadores da acção contra as minas no país.
O presidente da CNIDAH, Santana André Pitra "Petrof", disse que a crise económica e financeira que o país enfrenta afectou significativamente a capacidade nacional de financiamento das operações de desminagem.
O responsável frisou que Angola pretende submeter um segundo pedido de extensão do prazo para considerar o país livre de minas, até 31 de Março de 2017.
"A manter-se tal situação [de crise], o país poderá não ser capaz de, por si só, cumprir satisfatoriamente o artigo 5.º da Convenção de Otava até 2025, conforme postula a Declaração de Maputo", referiu.
Santana André Pitra "Petroff" disse que desminar Angola é um desafio, porque passados 14 anos de paz, centenas de angolanos, incluindo mulheres e crianças, continuam a ser vítimas das minas terrestres e outros engenhos remanescentes de guerra.
"Podemos citar aqui o exemplo do último incidente que ocorreu na província do Bié no mês passado, que vitimou sete pessoas da mesma família. Este facto demonstra claramente a complexidade existente em lidar com as minas terrestres", afirmou.
Segundo o responsável, a desminagem é um imperativo para responder igualmente ao desafio de diversificação da economia, salientando que consideráveis extensões de terras aráveis continuam contaminadas e inúmeros projectos sociais, económicos, turísticos e ambientais dependem da limpeza dessas áreas.
O presidente da CNIDAH sublinhou que o processo de desminagem em Angola é muito mais complexo, moroso e oneroso, comparativamente a outros países, devido a sua extensão territorial, a longevidade do conflito armado e factores climáticos.