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CaixaBank acredita que solução para BFA vai reduzir preocupações do BCE

O presidente executivo do CaixaBank está convencido de que a venda pelo BPI de 2 por cento do capital do Banco de Fomento Angola (BFA) à Unitel vai diminuir os riscos do BPI no mercado angolano e atenuar as preocupações do BCE.

Thomas Meyer:

“Não posso especular”, começou por dizer hoje, em Barcelona, Gonzalo Gortázar, mas acrescentou que, “se o BPI perde o controlo do BFA, terá de deixar de consolidar” nas suas contas e “é lógico que o resultado deixará de ser incluído”.

Durante a apresentação dos resultados do CaixaBank nos primeiros nove meses de 2016, Gonzalo Gortázar explicou ainda que o BPI é que tem de ser informado da posição do Banco Central Europeu (BCE) sobre a questão.

O espanhol CaixaBank é o maior acionista do BPI e lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o banco português, que espera controlar antes do fim do ano.

O presidente executivo do BPI já tinha explicado na quarta-feira que o banco português irá continuar a ter 48,1 por cento do capital do BFA, mas “deixará de consolidar” o banco angolano pelo método integral.

Fontes do CaixaBank ouvidas hoje em Barcelona pela Lusa, à margem da apresentação dos resultados do banco, asseguram que a perda de controlo no BFA é uma alteração importante na exposição de riscos do BPI no mercado angolano.

O BCE decidiu em Junho dar quatro meses ao CaixaBank, a partir do momento em que passar a controlar o BPI, para resolver “o risco de elevada exposição” que tem no mercado angolano.

O BCE considera Angola como um dos países que não tem uma regulação e supervisão semelhantes às existentes na União Europeia, pelo que o BPI tem de reduzir a sua exposição ao mercado angolano.

BPI e Unitel chegaram em Setembro a acordo para que a empresa portuguesa venda 2 por cento do capital social do BFA à Unitel, que passa a ter 51,9 por cento e o BPI 48,1 por cento.

Entretanto, também se soube que a operação de aquisição do BPI pelo CaixaBank foi autorizada pelo Banco Central Europeu (BCE). O banco com sede em Barcelona teve lucros de 970 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2016, menos 2,6 por cento face ao período homólogo, incluindo impactos extraordinários associados à integração do Barclays em 2015. O resultado antes de impostos foi de 1.314 milhões de euros, um aumento de 45,2 por cento face ao mesmo período do ano passado.

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