A Moody's realçou que o entendimento entre os dois accionistas do BFA, anunciado ao mercado na passada Sexta-feira, é um evento de crédito positivo para o banco português, já que lhe permite reduzir a sua exposição a Angola, seguindo a imposição do Banco Central Europeu (BCE).
"Adicionalmente, esta venda aumenta a probabilidade de que o BPI evite as multas do Banco Central Europeu (BCE) devido ao excesso de exposição a Angola", lê-se na análise da agência de rating.
Actualmente, o BPI detém 50,1 por cento do capital do BFA, enquanto a Unitel é dona de 49,9 por cento, e o objectivo desta operação é resolver a situação de ultrapassagem do limite dos grandes riscos impostos pelo BCE relativamente à exposição do banco português a Angola.
Mas o banco português condicionou este negócio à aceitação por parte da Santoro, holding angolana que também é controlada por Isabel dos Santos, e que é a segunda maior accionista do BPI, da eliminação da limitação estatutária à contagem de votos na instituição liderada por Fernando Ulrich, o que se veio a confirmar na última reunião magna de accionistas do banco português.
A desblindagem dos estatutos do BPI era uma das condições impostas pelos catalães do CaixaBank na Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada sobre o banco português.